Brasil e Estados Unidos concluíram em Punta Del Este, no Uruguai, o memorando de entendimento que permitirá a suspensão das retaliações brasileiras contra produtos americanos por mais 60 dias. O texto está em fase de tradução neste momento e prevê a criação de uma entidade privada, cuja natureza jurídica ainda está em estudos, para gerir o fundo de pesquisa sobre a cultura do algodão.
Uma vez instalada essa entidade, o governo americano deve fazer um aporte de US$ 147,3 milhões ao ano. A parcela inicial será de US$ 30 milhões, com outras 11 parcelas mensais de US$ 10,66 milhões. Na manhã de hoje, no Itamaraty, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva havia adiantado a conclusão do acordo. Mas não explicou em que consistia.
- Graças a Deus, chegamos a um acordo - declarou, logo depois de criticar os que foram contrários à abertura da controvérsia sobre os subsídios americanos ao algodão pelo Brasil na Organização Mundial do Comércio (OMC) e de ressaltar que as regras da entidade "valem para todos".
Essa é apenas uma parte das compensações que os EUA prometeram ao Brasil até que Washington possa fazer cumprir com as determinações da (OMC) em relação a sua política de subsídios ao algodão. Negociadores brasileiros deixaram claro que essa foi apenas uma primeira etapa e que o risco de aplicação de retaliações, por parte do Brasil, não está afastado.
Tal iniciativa será tomada se, ao final dos próximos 60 dias, não forem concluídas as negociações sobre a eliminação de barreiras sanitárias americanas à importação de carnes bovina e suína de Santa Catarina, a redução efetiva dos recursos do mecanismo de crédito às exportações e o plano de corte nos subsídios domésticos ao setor algodoeiro americano, que deverá ser consolidado na reforma da Lei Agrícola, em 2012.
Economia
Acordo suspenderá retaliação aos EUA por mais 60 dias
Texto prevê que EUA financiarão pesquisa sobre a cultura do algodão
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