O bailarino e intérprete Valdecir Jorge Silveira Moraes, mais conhecido como Ney Moraes, morreu no domingo (31) aos 58 anos. Natural de Caxias do Sul, ele lutava contra um câncer no pescoço e faleceu em decorrência da doença. Ele estava internado no Hospital Pompéia desde a última quinta-feira (30).
Ney Moraes iniciou sua carreira na dança na década de 1980, e foi um dos fundadores da Cia Municipal de Dança de Caxias do Sul. Grande parte da sua carreira foi dedicada à formação de crianças e adolescentes na dança. Foi um dos integrantes do Grupo Raízes, que teve atuação nacional, e do Ney Moraes Grupo, seu coletivo próprio.
Em 2021, durante a pandemia da covid-19, o artista adaptou o projeto 1º Circuito de Dança na Escola, focada na formação de público para dança contemporânea e no estímulo ao gosto pela arte e pelo movimento. Na ocasião, disponibilizou um DVD com trechos de trabalhos do Ney Moraes Grupo.
Amigo de Ney desde o início dos anos 2000, o jornalista Carlinhos Santos destaca que o trabalho do artista tem uma grande representatividade no cenário cultural, não somente para a cidade, mas para o Brasil todo.
— Foi uma sequência. O trabalho no Raízes gerou também o trabalho na Companhia Municipal de Dança. Foi um processo contínuo em que ele sempre esteve atuando e contribuindo para a dança ser projetada na cidade e fortalecida.
Carlinhos atuou com o amigo em diversas oportunidades. Em 2017, quando o jornalista foi coordenador da unidade de dança da Companhia Municipal, trabalharam lado a lado no fomento da cultura na cidade. Além disso, Santos também trabalhou com Ney no Grupo Raízes.
— A gente tinha uma amizade muito grande, uma parceria bacana. Ele era uma pessoa super disponível para o trabalho, super presente, e não tinha tempo ruim. Ele sempre estava disposto a trabalhar, criar, ensaiar e fazer o trabalho dele, que foi muito importante para a dança em Caxias.
Em nota nas redes sociais, a Secretaria Municipal da Cultura lamentou a morte de Ney destacando a importância do artista nos mais de 30 anos de ligação com a dança em Caxias do Sul:
"O seu legado coreográfico inclui mais de 30 obras que fizeram história e foram responsáveis por colocar o município de Caxias do Sul no circuito mundial da dança contemporânea. Sua obra será imortal no mapa da dança nacional", destacou a pasta.
Ney Moraes era casado com a equatoriana Verônica Gomezjurado Zevallos e, além da esposa, deixa amigos, familiares e admiradores do seu trabalho. O velório inicia às 9h30min desta segunda-feira (1º) no Memorial São José. Às 16h haverá cerimônia de despedida e cremação no Memorial Crematório São José.