Neste ano em que completa uma década de história, o Projeto Dandô - Circuito de Música Dércio Marques, ganha cara nova em Caxias do Sul (cidade que foi uma das primeiras do Brasil a apoiar a iniciativa, lançada pela cantora paulistana Kátya Teixeira para derrubar as fronteiras dos ritmos regionais). Com a proposta de se tornar um coletivo cultural multifacetado, o Dandô ganha novos integrantes que farão sua estreia hoje à noite, se unindo à “velha guarda” em cantoria marcada para a Sala de Cinema Ulysses Geremia, no Centro de Cultura Ordovás.
Entre os nomes que se somam ao time estão o cantor, compositor e poeta Pippo Pezzini, a dupla de cantautores Mone & Willi, a cantora e educadora artística Ará Ferreira e o violeiro Marcelo Mai. Em comum, além de serem pessoas vindas de diferentes cantos do país, como Sergipe, Paraná e São Paulo, para construir parte de sua trajetória na Serra Gaúcha, são artistas cuja verve artística vai além da música. O que não é acidental, como aponta o coordenador local do Dandô, Valdir Verona.
– Trata-se de um momento importante por marcar uma renovação muito necessária, com artistas que têm afinidade com a proposta que decidimos para este ano, de estender os braços para abraçar outras manifestações artísticas. O circuito musical itinerante continuará sendo nosso foco principal, mas queremos agregar cada vez mais linguagens e ter essa atuação mais ampla, como a de um coletivo – destaca o violeiro, morador de Ana Rech.
Uma das “novatas” integradas ao circuito, a sergipana radicada em Caxias do Sul Ará Ferreira participou da mais recente reunião nacional do Projeto Dandô e conta sobre as boas vibrações que trouxe de lá para esta nova fase.
– O Dandô foi um dos primeiros grupos a me acolher aqui em Caxias do Sul, e é muito bonito ver que ele está sólido e maior, se transformando em um movimento de artes e saberes. Além da renovação da linguagem, também é um momento de união de grupos capazes de ajudar e de serem ajudados por este projeto que tem como uma das coisas mais encantadores o poder de transformação através da música e, agora, também de outras formas de arte – avalia a cantora e violonista.
Além da recepção à geração que irá repaginar o projeto, participam da cantoria alguns dos músicos que se tornaram a cara do Dandô ao longo dos anos, como o violonista Cardo Peixoto, a cantora Damiana Caldeira e o próprio Verona. A noite terá ainda o grupo Violeiros da Serra Gaúcha, formado por estudantes e aficionados da viola de 10 cordas e pelos ritmos que nascem nos diferentes rincões do país, do Sul ao Norte.
Após a noite de estreia da temporada, uma segunda edição deve ocorrer em junho. A expectativa, segundo Verona, é que já para o segundo encontro seja explorada a temática multicultural, ocupando também um novo espaço.
PROGRAME-SE
O quê: abertura da temporada 2023 do Projeto Dandô, com Ará Ferreira, Cardo Peixoto, Damiana, Marcelo Mai, Mone & Willi, Pippo Pezzini, Valdir Verona e grupo Violeiros da Serra Gaúcha.
Quando: nesta terça-feira, às 20h
Onde: Sala de Cinema Ulysses Geremia, no Centro de Cultura Ordovás, em Caxias do Sul
Quanto: valor aberto (contribuição mínima de R$ 20)