Na semana em que o Rio Grande do Sul comemora a Revolução Farroupilha, um grupo de artistas locais celebra o primeiro ano de vida de um projeto inédito — e com ares revolucionários — na Serra: o Centro de Tradição do Grafiteiro (CTGK). Os festejos do aniversário do coletivo serão regados a muita arte, música e churrasco de chão. Um dos pontos altos do Festival Revolução — CTGK Fest, como foi batizado o evento, é a pintura dos muros da Escola Estadual de Ensino Médio Santa Catarina, de Caxias do Sul, com a participação de 70 artistas de diversas partes do Brasil e também do Chile e da Venezuela. Uma programação cultural extensa, que busca aproximar a comunidade da arte urbana e também mostrar aos artistas de fora os costumes do povo gaúcho.
O CTGK — a letra K, representa a sigla do klan, um grupo que prestigia a cultura gaúcha e visa mostrar ao Brasil e ao mundo, um pouco mais da cultura tradicional em paralelo a cultura de rua — nasceu em setembro do ano passado, a partir de um coletivo de amigos que se reunia para grafitar e trocar ideias sobre as artes. Esses encontros também eram acompanhados de um prato típico do Sul, o churrasco. A partir daí, surgiu a ideia de tornar as reuniões informais em algo maior, que pudesse ser comemorado anualmente, como um festival.
— A ideia é aliar as duas culturas (grafite e tradição gaúcha) e fazer todo ano uma comemoração da nossa tradição, que é grafitar e também se reunir para comer um churrasquinho. Abraçamos a causa e, além de a gente presentear a cidade com um evento de grafite, presenteamos quem vem de fora com a nossa tradição gaúcha — explica o artista caxiense Fábio Panone Lopes, um dos responsáveis por unir e organizar o coletivo, que atualmente conta com cerca de 30 integrantes.
A programação do Festival Revolução — CTGk Fest começa na sexta-feira, com uma confraternização fechada para os artistas convidados. A arte começa a fluir, de fato, na manhã de sábado (17), com a abertura oficial a partir das 9h, na Escola Santa Catarina. A pintura dos murais deve se estender até a segunda-feira (19). Ao todo, são 1.808 metros quadrados de área interna e externa que receberão as artes e poderão ser conferidas de perto pelo público. Durante a intervenção na escola, 15 DJs e seis grupos de rap garantirão a trilha sonora do festival. Danças e apresentações de skatistas também estão previstas.
— Queremos fazer mesmo uma revolução, de forma independente, para mostrar para a cidade a força que nós, artistas unidos, temos. Também é a oportunidade de artistas iniciantes e artistas renomados estarem no mesmo espaço, curtindo, pintando e aprendendo juntos. Vai ser quase que uma aula ao vivo —pontua Panone, que também é ex-aluno da Escola Santa Catarina, considerada o berço do movimento grafite na Serra.
Incentivo à próxima geração
Pensando em incentivar as próximas gerações de grafiteiros e mostrar que o grafite tem potencial profissional para os jovens, na segunda-feira, dia 19, o festival realiza o projeto CTGKIDS, recebendo mais de 60 crianças de quatro pontos de cultura (Casa Fluência, Semente Conquista, Vielas e SCFV Nossa Senhora da Paz), e 10 alunos do terceiro ano da Escola Santa Catarina. Serão oferecidas oficinas, apresentação de danças, lanches e o bate-papo com o artista André Kajaman, do Meeting Of Favela, do Rio de Janeiro.
Na terça, em comemoração ao 20 de Setembro, os artistas vão saborear um churrasco de chão. O almoço será restrito aos convidados.
PROGRAME-SE
:: O quê: Festival Revolução - CTGK Fest.
:: Quando: sábado, domingo e segunda, a partir das 9h.
:: Onde: Escola Santa Catarina, em Caxias do Sul.
:: Quanto: participação gratuita.
:: Informações: a programação completa pode ser conferida no Instagram @ctgklan.