Os amigos e fãs que acompanham pelas redes sociais o trabalho da artista visual Marina Luísa Almeida acompanharam, especialmente ao longo do último ano, as experimentações que a maranhense radicada em Caxias do Sul tem feito com a linguagem do cartoon em suas ilustrações. Esse lado mais descontraído, e ao mesmo tempo motivacional, como ela mesma define, poderá ser conferido na exposição TRANSitória, que será inaugurada neste sábado no Museu Municipal de Caxias do Sul.
Com curadoria de Rafael Dambros, a mostra traz cerca de 30 obras, em sua maioria desenhos e pinturas que trazem uma abordagem bem humorada do cotidiano das pessoas trans, como a própria Marina. As ilustrações são repletas de gírias da comunidade LGBTQIA+ e trazem um pouco da estética surrealista que inspira a artista, embora ela considere que essa influência esteja ficando um pouco para trás.
– São trabalhos que têm mais a ver com a temática de travestilidade e transexualidade, e que por isso são mais íntimos e pessoais, mas também são mais leves. Trago muitas referências que tive e continuo tendo na minha vida, explorando o cartoon, a charge e a tirinha. É um exercício que passei a fazer no meu Instagram e tenho conseguido um engajamento muito legal. Já recebi curtidas da Pablo Vittar, da Linn da Quebrada e de outras artistas e ativistas. Muita gente passou a me conhecer a partir das redes – comenta Marina, que tem quase 50 mil seguidores no Instagram (@marinaluis4).
Além dos desenhos, a primeira exposição que Marina leva a um museu também terá máscaras e frases pintadas em tecido, provocando reflexões sobre inclusão e respeito à diversidade. TRANSitória pode ser conferida até o dia 30 deste mês.
Além do lançamento da exposição, o sábado no Museu Municipal também terá, a partir das 14h, sessão de autógrafos do Livro Histórias Lesbitransviadas do Rio Grande do Sul, de diversos autores ligados ao Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Trata-se de uma coletânea de ensaios que propõe uma compreensão mais ampla e complexa das diferentes maneiras pelas quais as pessoas transgrediram as normas sexuais e de gênero no Estado. Os textos abordam as maneiras pelas quais as pessoas resistem e se adaptam às restrições sociais à sua liberdade sexual e de gênero desde o século 19 até os dias atuais.
Na sequência haverá a apresentação do documentário Caleidoscópio: histórias LGBTQIA+, uma produção do Centro de Referência da História LGBTQIA+ do RS (Close), com bate-papo com os participantes do evento.
PROGRAME-SE
O quê: abertura da exposição TRANSitória, de Marina Luísa Almeida
Quando: de 6 a 30 de agosto. Visitação de terça-feira a sábado, das 10h às 16h
Onde: Museu Municipal de Caxias do Sul (Rua Visconde de Pelotas, 586, Centro)
Quanto: visitação gratuita