Após doze encontros virtuais realizados entre os dias 23 de fevereiro e 11 deste mês, a Secretaria Municipal de Cultura parte agora para a elaboração de um cronograma de priorizações das demandas apontadas pela classe, que atendeu em bom número às chamadas escutas ativas. Mais de 160 pessoas atenderam ao convite, muitas delas representando grupos e movimentos organizados de Caxias do Sul, do hip hop ao Carnaval, dos CTGs aos artistas circenses.
A secretária de Cultura, Aline Zilli, explica que esse passo sucedeu a avaliação interna da pasta quanto às demandas, feita no primeiro mês à frente da pasta. Tendo agora os dois diagnósticos, Aline e a equipe da SMS pretendem atacar os problemas possíveis e buscar soluções para um dos setores mais afetados pela pandemia.
– A intenção é nortear o nosso planejamento, colocando os principais pontos dentro de um calendário que nos permita ir avançando a curto, médio e longo prazo. Não temos condições de priorizar tudo agora, mas tendo a dimensão da importância iremos colocar no nosso radar, olhando também para o impacto de verbas, do cenário econômico e da própria pandemia – destaca Aline.
Divididos por segmentos, os encontros serviram para apontar necessidades específicas e também convergentes entre as áreas, segundo a secretária:
– Vários pontos apareceram em diversas reuniões, como o pedido de desburocratização, para tornar mais acessíveis as convocatórias e os chamamentos; a ideia de voltar a designar pessoas de referência para diversos segmentos; a melhoria dos equipamentos culturais e de otimizar o uso dos espaços. Também ficou evidente o quanto é importante fazer um mapeamento, ou uma cartografia, para que a classe cultural possa se conhecer melhor, quais são os grupos, os movimentos e entidades que compõem esse universo na nossa cidade.
O acordeonista Robison Boeira, que participou das reuniões nos segmentos Música e Tradicionalismo Gaúcho, elogiou a iniciativa, mas reiterou a necessidade de ações práticas, principalmente que resultem em oportunidade de trabalho e geração de renda:
– Infelizmente a classe artística chegou a um ponto de vulnerabilidade que a maior demanda é a urgência. Já sofremos muito nos últimos anos com falta de urgência, interesse e conhecimento de quem esteve à frente da pasta. Precisamos mais do que nunca de ação e objetividade.
Para a diretora da Unidade de Artes Visuais da SMC, produtora cultural e curadora Mona Carvalho, a abertura para o diálogo trouxe benefícios a todos os envolvidos.
– Achei que houve uma união dos participantes, mostrando o entendimento de que estamos todos no mesmo barco e temos de remar para o mesmo lado. Foi um encontro maduro e pautado pelo profissionalismo, sem lavagem de roupa suja ou discussões vazias, que não apontam soluções.