Bailarina, professora e pesquisadora, a caxiense Roberta Spader agora é detentora da marca Corpos Diversos, nome que deu ao perfil no Instagram e ao canal no YouTube onde reúne parte da sua produção artística e acadêmica voltada para pessoas com deficiência, ou cujo corpo é fora dos padrões da sociedade. Na pandemia, a migração para o ambiente digital das atividades do Espaço Ser, escola e centro cultura que mantém no bairro Petrópolis, foi mais do que uma saída para driblar a falta do contato presencial, mas um reencontro com o propósito de vida: mostrar que a arte e o esporte são caminhos para todos encontrarem autonomia e independência.
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Conhecida pela atuação consistente não apenas no palco, mas também em escolas, universidades e demais espaços onde fala e demonstra as possibilidades de prática e ensino de esporte e dança para “corpos diversos”, a caxiense passou a realizar as chamadas imersões, reuniões virtuais com interessados que se inscrevem previamente. Nos encontros, semanais e com duas horas de duração, mistura teoria e prática de dança, que resultam em vídeos com as performances dos participantes. A cada edição, a adesão aumenta.
– Nada vai substituir o presencial, mas o digital pode tornar nosso trabalho mais conhecido e já está dando frutos, muito graças a uma consultoria digital que contratei e me ajudou a perder o medo da tecnologia e botar a cara na internet de vez, trabalhando melhor os meus conteúdos para alcançar maior visibilidade – comenta Roberta.
Falando em teoria, Roberta também aproveitou o período de isolamento social para finalizar e revisar um livro, cujo título provisório é A Vida é uma Dança. Na obra, que entra em fase de busca por patrocínio, a bailarina vai além do relato biográfico e trata de conceitos como o danceability, método de dança inclusivo.
– A ideia original era escrever apenas a minha história, mas, conversando com outras pessoas, fui convencida a abordar um lado mais teórico, falando sobre as pesquisas corporais que venho fazendo, os estilos de dança que eu já passei e conteúdos que aprendi em especializações feitas em Montevidéu e Nova York. Outro objetivo do livro é mostrar como a gente pode tirar algo positivo de momentos de crise, como é a pandemia. No início deste período eu estava à procura de oportunidades e agora elas chegaram até mim, pela maneira como me dispus a “vender” melhor meu trabalho – conta a caxiense.
Enquanto o Espaço Ser não volta à normalidade dos encontros, cursos e até as festas presenciais, onde a proposta é fazer toda e qualquer pessoa se sentir acolhida e integrada, Roberta Spader seguirá abraçando as possibilidades oferecidas pela internet. Além das imersões, a bailarina também já realizou e seguirá propondo algumas lives, em que entrevista pessoas de diversos segmentos, voltados para a inclusão:
– Estou trabalhando muito mais do que antes, mas hoje tenho cada vez mais claro qual é o meu propósito de vida. A arte nunca vai sair de mim e nem eu dela. Quero que cada vez mais pessoas possam ver que a arte não só melhora vidas, como também pode ser uma profissão, inclusive para as pessoas com deficiência.
Quem quiser acompanhar o trabalho da Roberta e saber quais serão as próximas datas de imersões, entre outras atividades, pode segui-la no Instagram (@corposdiversos), no YouTube (canal Corpos Diversos - Roberta Spader) ou no Facebook, pelo perfil pessoal.
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