Onde houvesse um show ou festival em Caxias do Sul nos últimos anos, era bem possível que Jessica Melinda estivesse empunhando sua câmera à beira do palco. A fotógrafa de 35 anos, que também é musicista, desde 2015 se dedica quase exclusivamente à área cultural, atuando em projetos e eventos como o Cinema de Verão, a Mostra Tum Tum Instrumental e recitais de escolas de música. Com a pandemia, no entanto, da mesma forma que os palcos foram silenciados, também minguou o trabalho de quem registra os espetáculos.
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Após uma pausa para um tratamento contra artrite na virada do ano, Jessica previa uma volta à atividade repleta de trabalhos a partir de março. A agenda contava com pelo menos 10 eventos já contratados. Conforme as datas foram sendo canceladas ou adiadas para o ano que vem, teve de recorrer à reserva financeira que, mesmo nos poucos anos de carreira, aprendeu ser necessária em um mercado que oscila entre anos bons e ruins.
Sem muitos trabalhos previstos, Jessica, que cursa faculdade de Fotografia, focou no estudo. Não só no acadêmico, mas em pesquisas em áreas de interesse, que rende textos publicados no blog onde divulga seu portfólio.
– São textos sobre imagem e estudos de fotografia voltados para artes e espetáculos. É difícil encontrar material específico disso. Normalmente está dentro de algum assunto mais abrangente, então é mais pontuado para esse lado. Serve tanto pra mim, como pesquisa, quanto para outras pessoas que se interessam pelo assunto – destaca.
Além de alimentar o site, Jessica passou a fazer lives com bate-papos para seu perfil profissional no Instagram (@fotografiadasartes). Os convidados são de diversas áreas, como música, dança e produção cultural, e as conversas, voltadas para o processo criativo de cada convidado, servem para enriquecer o repertório de quem se interessa por pensar e agir fora da caixa:
– Tenho muita curiosidade de saber como elas desenvolvem o seu lado criativo, pois cada um tem a sua forma de pensar quando vai desenvolver o seu trabalho. Como eu frequentava bastante a cena cultural, sempre conversei com bastante gente. As lives também são uma forma de gerar um produto, no caso o Instagram, para não ficar parado nesse momento. A partir dessas conversas eu também me desenvolvo mais criativamente, sempre tiro alguma boa ideia.
Cumprindo a quarentena na casa dos pais, Jessica também divide o tempo entre a ioga, os games e a guitarra, hobbies que ajudam a manter a saúde mental em dia. Outra atividade é o atelier de costura. Jessica produz acessórios cheios de estilo, como bolsas e carteiras.Investiu na criação de máscaras para vender, conseguindo bons resultados, principalmente nos primeiros meses. Nos próximos meses, quer inaugurar uma loja virtual para vender algumas de suas fotos. Maneiras de driblar a saudade que sente de estar onde gosta, fazendo o que ama:
– Sinto falta de ver a cidade colorida e as pessoas sorrindo e se divertindo.
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