Diz o trecho do livro Clandestinidades do escritor caxiense Marcos Mantovani: "Perdas coletivas fazem os dramas particulares se olharem". O romance não trata das mortes por covid-19. Mas é como se a narrativa dialogasse com a pandemia do coronavírus. "Sete anos e ele continua sentindo um vazio esquisito a respeito do irmão, já que não houve a despedida religiosa com velório e enterro, não houve sequer um corpo", escreve Mantovani, como quem disseca alma de tantos mundo afora. "Corporalidade no luto é um conceito que ele não conhecia até junho de 2009", sintetiza.
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