Quem sofre de rinite alérgica já está acostumado: a cada mudança de estação, os espirros e a coriza reaparecem. Não é diferente no outono, principalmente em regiões onde a contagem de pólen alcança índices mais elevados. Acontece que, neste ano, a pandemia de coronavírus pode confundir a população na hora de identificar corretamente o problema e buscar o tratamento adequado.
De acordo com material distribuído pelo Ministério da Saúde, os sintomas mais comuns da covid-19 são febre alta e tosse seca (que também se manifestam em pessoas gripadas), além de cansaço, dificuldade para respirar e diarreia. No caso da gripe, também são recorrentes as dores de cabeça e garganta, coriza e desconforto muscular.
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Por outro lado, os sintomas mais comuns das alergias sazonais são espirros (reações do organismo a partículas estranhas), tosse, irritação nos olhos e coriza. Atenção para um detalhe importante: alergias não causam febre.
– As alergias são processos imunológicos individuais, geralmente causados por partículas inanimadas, como pólen ou poeira, e não são transmissíveis. Já a gripe e a covid-19 são causadas por vírus e, por isso, são contagiosas – explica Anelise Kirsch, médica do Controle de Infecção Municipal de Caxias do Sul.
No entanto, nem sempre é fácil diferenciar as doenças. Os resfriados, por exemplo, que são infecções respiratórias causadas por diversos tipos de vírus, podem apresentar sintomas muito parecidos com a covid-19, como febre, cansaço e tosse seco. Por isso, a orientação das autoridades de saúde é ficar atento caso sinta falta de ar, quando a recomendação é buscar ajuda médica imediatamente.
– No caso das doenças alérgicas, geralmente o paciente tem um histórico que se repete ao longo dos anos e meio que conhece o padrão de sintomas. O ideal é manter o tratamento com os anti-histamínicos. Uma dica é pegar a receita da última consulta para aliviar os sintomas, pelo menos durante a pandemia, já que os profissionais da saúde estão com todos os esforços voltados para os casos de coronavírus. Mas se você tiver febre alta e sentiu falta de ar, procure um serviço de saúde – alerta Fabrício Piccoli Fortuna, médico especialista em pneumologia e terapia intensiva e professor da UCS.