O britânico H. G. Wells surpreendeu o público com uma invasão de marcianos em Guerra dos Mundos (1898). O russo Isaac Asimov colocou nos leitores uma pulga atrás da orelha ao questionar até que ponto seres humanos e máquinas poderiam se misturar. Já o astrofísico Carl Sagan conquistou multidões com a série de televisão Cosmos, ao refletir sobre a imensidão do espaço.
Todos esses autores, importantes à sua maneira, figuram na galeria de referências do caxiense J. C. Fantin, que lança neste sábado o terceiro livro da carreira. Extraplanetário, uma novela de ficção científica com pegada intimista, terá sessão de autógrafos a partir das 14h, na livraria Do Arco da Velha.
Com 94 páginas de texto leve e fluído (formato convidativo para o público infantojuvenil), o livro conta a história de uma criança superpoderosa que nasce misteriosamente em meio a uma explosão nuclear e logo se torna objeto de cobiça. Para cientistas, que desejam compreender “o que é” e de onde veio a “criatura”. Para militares, que sonham em usá-la como arma de aniquilação. E até mesmo para religiões, que a veem como “salvadora”.
— O que eu tento trazer é uma mensagem de ecologia, de preservação. Como o personagem principal é um ser extraplanetário, como já diz o título, ele consegue encarar a humanidade com certo distanciamento e refletir sobre o modo que a gente vive, no meio de guerras, consumindo os recursos naturais do planeta sem medir as consequências — explica o autor, que também assina a ilustração de capa.
A narrativa, em primeira pessoa, conduz o leitor a encarnar os dilemas de Aurin (nome que o protagonista recebe no decorrer da história). Cabe destacar: por mais que ele tenha força sobrenatural ou inteligência aguçada para resolver qualquer enigma matemático, compreender as dores humanas não é tarefa simples para alguém de outro mundo.
— Ele está sempre cercado de pessoas tentando usar seus poderes para os mais diversos interesses, mas, no fundo, está sempre sozinho.
O processo criativo da obra também é digno de registro. Fantin afirma ter colocado o texto no papel em aproximadamente duas semanas, ao longo de outubro. Ou seja, foram apenas dois meses entre a primeira linha escrita e a sessão de lançamento.
— Tem gente que vai escrevendo o que vem na cabeça. Eu prefiro ter um planejamento, ter as cenas todas pensadas para depois escrever. Demorei só duas semanas.
Sem Financiarte, o livro foi publicado com recursos próprios do autor, que trabalha como auxiliar administrativo e expedicionista na empresa do pai. Para o próximo ano, Fantin já pensa em novidades: a ideia é publicar, também de forma independente, a sequência de Jornada em Corellà, seu romance de estreia, lançado em 2016.
PROGRAME-SE:
:: O que: lançamento do livro Extraplanetário, de J. C. Fantin.
:: Quando: neste sábado (14), às 14h.
:: Onde: Do Arco da Velha Livraria & Café (Rua Dr. Montaury, 1570).
:: Quanto: livro à venda por R$ 40.