Mardi Gras é o tal do carnaval dos gringos da norte-américa e que serviu de inspiração temática para a 12ª edição do Mississippi Delta Blues Festival (MDBF) que fechou sua programação no raiar do dia de domingo. Durante três noites, mais de 50 atrações musicais dividiram-se entre os seis palcos espalhados pelo Largo da Estação Férrea, em Caxias do Sul, superando a marca de 10 mil pessoas. O idealizador e curador do MDBF, Toyo Bagoso, antecipa que a edição de 2020 já tem data. O 13º festival ocorrerá nos dias 19, 20 e 21 de novembro, no mesmo espaço.
– Para o ano que vem podemos antecipar que faremos um intercâmbio ainda maior com a delegação da comitiva do Delta do Mississippi que veio para o Brasil, também como uma forma de incentivar o turismo. O tema para a próxima edição está encaminhado e deve ser focado na história do Delta, na principal cidade que é Clarksdale – revela Toyo.
Leia ainda:
Saiba quais foram os destaques da última noite de MDBF 2019
O que rolou na segunda noite do Mississippi Delta Blues Festival
FOTOS: confira imagens do primeiro dia do MDBF 2019
"MDBF in Concert" e talentos locais marcam a primeira noite do 12º MDBF, em Caxias do Sul
Entre as atrações confirmadas para 2020, o primeiro da lista é Bob Stroger, claro.
– O Bob sempre fala que tem dois festivais no mundo que ele nunca perde. Um deles é na Suíça e o MDBF. Claro que há festivais maiores, e nos Estados Unidos tem uma facilidade muito grande para montar um lineup muito bom, mas fico feliz que o MDBF seja um dos prediletos dele – reconhece Toyo.
Outra atração que pode voltar na 13ª edição é a cantora texana Diunna Greenleaf, que deixou a todos boquiabertos como o último show do palco principal, na madrugada de sábado para domingo.
– Ela gostou tanto de vir que estava dando a entender que gostaria de retornar ao Brasil – conta Toyo.
A respeito da noite de sábado, Toyo observa que é um dia especial, não apenas por ser o encerramento do festival, mas porque as pessoas já estão mais familiarizadas não apenas com a disposição dos palcos, que invariavelmente sofrem pequenas alterações, mas também com a sonoridade das atrações.
– Depois de dois dias de festival, as pessoas já estão mais familiarizadas com as atrações, e em qualquer palco o lineup estava impecável. Sou suspeito, claro, porque sou o curador, mas todos os palcos estavam interessantes pra assistir. Pra mim, a Gringo’s Washboard Band, foi uma das revelações, todo mundo estava falando deles. E dos internacionais, o Keith Johnson, conhecido como The Prince of The Delta Blues, fez um show diferente, mostrando que o blues está se renovando. Um cara que tem não só o parentesco (é sobrinho-neto de Muddy Waters), mas também o talento de quem mora no Delta – justifica Toyo.
Entre as mudanças acertadas, dessa edição, o idealizador do MDBF entende que trocar o Folk Stage de lugar deu mais vazão de performance para as atrações, assim como um formato mais intimista do palco na praça de alimentação, deixou mais agradável a parada estratégica para um lanche. Ampliar o tempo de shows no palco Flor de Lis, dedicado às mulheres, também foi acertado, na visão de Toyo, porque deu às artistas mais chance de serem vistas por mais pessoas.
Além, disso, o Mississippi Delta Blues Bar, que tradicionalmente vai ficando mais lotado conforme os shows dos palcos espalhados pelo Largo da Estação vão encerrando, estrategicamente foi injetado com mais atrações locais.
– Nesta edição, o bar recebeu mais shows, com menos espaço de intervalo, ampliando ainda mais o espaço para as bandas locais. Muitas delas que tocaram entre o ano passado e este ano, mas que nunca tinham se apresentado no festival, como é o caso da Mandrak Funk Show.
Leia também:
"A arte é resistência porque ilumina as sombras", diz Cidadão Caxiense
Planeta Atlântida anuncia os finalistas da seleção "Você, a cara do Planeta"
Nivaldo Pereira: os perigos da fé
Bordando histórias: projeto de preservação de memória em Antônio Prado conquista prêmio nacional