Além de comemorativa aos 35 anos de história efetiva no incentivo à leitura em Caxias, a edição deste ano da Feira do Livro também trouxe outros motivos para celebrar. O aumento nos números de títulos vendidos e de público estão entre eles. Aberta no dia 27 de setembro e encerada ontem, a programação comercializou 64.450 mil títulos – contra 61.549 do ano passado – e contou com 290 mil pessoas circulando pela Praça Dante Alighieri, segundo a organização. Outro índice bastante significativo deste dição tem relação com um dos públicos-alvos da feira: as crianças. Neste ano, cerca de 29 mil estudantes de Caxias participaram da programação.
– Estamos muito felizes com os resultados. A feira coloca o livro e os leitores em harmonia – disse o patrono desta edição, Delcio Agliardi.
Além da forte atuação da programação com o público infantil, o patrono exaltou a realização de mais de 140 atividades com escritores, o que movimentou centenas de leitores em bate-papos e sessões de autógrafos. Um dos papeis do patrono é ser uma espécie de “interlocutor” entre o público que frequenta e feira e a organização. Nesse aspecto, Delcio ouviu muito mais elogios do que críticas.
– O pessoal elogiou muito a questão da estrutura, a feira mais aberta deu a ideia de que a praça estava aqui, não fechou o olhar de quem passava. Muito se falou também da diversidade da programação e da valorização dos escritores. Acho que de mudanças para a próxima edição podemos pensar nas bancas do setor adulto abrindo um pouco mais cedo e fechando um pouco mais tarde em noites de tempo agradável – apontou o patrono, que neste ano teve a companhia da amiga do livro Bernardethe Zardo.
Para o presidente da Associação dos Livreiros Caxienses (Alca), Arcângelo Zorzi, o Maneco, o mercado livreiro tem enfrentado um momento cada vez mais difícil. No entanto, o fato de as vendas terem subido com relação ao ano passado já é um motivo a se comemorar.
– A nossa ideia era alcançar uns 20% de incremento, porém, ficamos na casa dos 10%. Mesmo assim, a feira foi uma das melhores dos últimos tempos. Um ponto positivo que percebi foram as bancas preocupadas em ter todos os lançamentos à disposição do leitor e oferecendo títulos de qualidade nos saldos – disse Maneco, prestes a comemorar 50 anos como livreiro em Caxias.
O encerramento da 35ª Feira do Livro também contou com outra celebração, essa, porém, em tom mais íntimo. A edição 2019 foi a última feira com participação da atual diretora do Departamento do Livro e da Leitura, Maria Cristina Tiburi Pisoni. A servidora municipal está preparando sua aposentadoria e comemora, após 33 anos de atuação, a certeza de ter ajudado Caxias do Sul a se tornar uma cidade mais sensível ao universo dos livros, uma cidade mais leitora.
– É o final de um ciclo e vejo a feira como a culminância de diversos projetos. São 26 anos de Proler, 19 anos de Tapete Mágico, 15 anos de Passaporte da Leitura, 11 anos de Maratona da Contação, três do Escritor na Comunidade. É um trabalho permanente, sempre pensei que uma biblioteca não pode ser estática, não é só colocar os livros lá, ela tem que ser viva. O resultado que plantamos com esses projetos, e com as bibliotecas comunitárias, o Livro Livre, ou as bolsas amarelas, esse resultado está aqui na feira – festeja.
Maria Cristina também celebrou a parceria de longa data com a escritora e servidora Helô Bacichette, com quem divide o planejamento da Feira do Livro:
– A gente se conhece tão bem que se completa.
Helô e a equipe da Secretaria da Cultura devem dar continuidade ao legado de Maria Cristina, que ela define de forma simples:
– A arte precisa estar em movimento.
:: Encerramento também em Bento: Bento Gonçalves também encerrou sua 34ª Feira do Livro neste domingo (13), com apresentação da Orquestra de Câmara da Fundação Casa das Artes. Foram 12 dias de atividades ligadas ao universo da literatura, na Via del Vino. Nesse período, a cidade recebeu 12 livreiros, 23 escritores, 14 lançamentos de livros, 26 músicos, além de vários encontros com contações de histórias e apresentações artísticas. No total, 11 mil livros foram vendidos.