Neste sábado, dia 28 de setembro, às 17h, o poeta e ensaísta Armindo Trevisan ministra a palestra O Credo de São Tomás explicado a um jovem de hoje, baseado no livro homônimo que lança logo após o bate-papo. A atividade, que faz parte da 35ª Feira do Livro de Caxias, ocorre na Galeria Municipal de Arte, da Casa da Cultura, com mediação do jornalista Paulo Ledur. Trevisan faz questão de frisar que a apresentação deste seu livro foi escrita por Dom Leomar Brustolin, que foi pároco da Catedral de Caxias, e agora é bispo auxiliar de Porto Alegre.
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— Esforço-me por interpretar a Revelação de Jesus à luz da Fé Cristã, não desprezando o Papa Francisco, nem os grandes teólogos. Creio, porém, que a sensibilidade cristã precisa alarga-se mais, precisa poder compreender o mundo globalizado — defende o poeta e ensaísta Armindo Trevisan, que foi patrono da Feira do Livro de Caxias, em 2004.
Trevisan traz à luz São Tomás (1225-1274), considerado o maior teólogo do Catolicismo, e um dos maiores filósofos da História. Recentemente, observa Trevisan, o filósofo francês Luc Ferry, que foi Ministro da Educação na França, escreveu em um de seus livros, que o Cristianismo teve três grandes filósofos: Santo Agostinho, São Tomás de Aquino e Blaise Pascal.
— São Tomás tem o mérito de ter deixado o Primeiro Catecismo da história. Foi quando ele pregou uns sermões ao povo simples de Nápoles, a maioria deles analfabetos. Eu mesmo traduzi para o português esse Catecismo, publicado pela Editora Vozes sob o título O Credo de São Tomás. Acontece que já passaram mais de 700 anos desde que São Tomás resumiu a Fé Cristã para o Povão. Meu esforço consistiu em comparar o texto de São Tomás com o que se pensou e sentiu depois que ele morreu — explica.
Trevisan fala como quem revela a urgência do evangelismo, no sentido da sensibilização pela fé cristã. Ao mesmo tempo, responde a uma pergunta que tem intrigado a muitos, de que posições governamentais mais austeras e de cunho religioso poderiam estar conduzindo o povo brasileiro de volta à Idade Média.
— É impossível voltarmos à Idade Média. Não podemos abolir o mundo em que vivemos. Mas do mesmo modo que nossos genes e nossos neurônios são os mesmos do Homem que viveu nas cavernas pré-históricas, da mesma forma nossos pensamentos e mitos devem muito ao passado. Os cristãos de hoje têm a obrigação de repensar o Evangelho à altura de nossos desafios. O Evangelho, por ser uma Revelação Divina, deve dar resposta ao racismo, à corrida armamentista, à ecologia, às divisões entre Ocidente e Oriente, etc. O Evangelho de Jesus, donde procede o Creio rezado cada domingo nas igrejas, precisa ser atualizado, vivo em nossa sociedade consumista, frívola — defende.
AGENDE-SE
O quê: Palestra sobre o livro O Credo de São Tomás explicado a um jovem de hoje, com Armindo Trevisan Mediação: Paulo Ledur. Após, sessão de autógrafos da obra.
Quando: sábado, dia 28 de setembro, a partir das 17h.
Onde: Galeria Municipal de Arte (Rua Dr. Montaury, 1.333 - Caxias).
Quanto: Entrada franca.
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