Eleitor de Amoedo (Novo) e Eduardo Leite (PSDB), Leandro Daros, está alinhado ao que muitos teóricos entendem como um conservador liberal. Defensor de um Estado mínimo, que interfira apenas o necessário, para que o protagonismo seja da iniciativa privada, que é a força motora do desenvolvimento do país.
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— Em geral, do ponto de vista macroeconômico, a direita funciona mais. Tanto que é muito comum que, mesmo em governos de esquerda, o comando da política macroeconômica sempre seja conduzido por pessoas ligadas à direita. Claro que existia toda uma agenda do governo Lula, mais ligada à área social, mas do ponto de vista macroeconômico sempre teve um núcleo duro que tinha mais a ver com a visão da direita — explica.
Daros faz o estilo intelectual da ala conservadora, herança de seu envolvimento com a atividade cultural, que aliás, enxerga como um dos pilares da economia.
— As pessoas têm de se dar conta que vamos virar escravos se não tivermos produção cultural. Que país teremos? Precisamos lutar por esses mecanismos de incentivos, porque a cultura gera empregos — defende Daros, que se diz alinhado ao pensamento do governador Eduardo Leite (PSDB), que enxerga a cultura como economia criativa, mas opositor ao prefeito Daniel Guerra, que tem cortado investimentos na cultura.
As palavras de ordem, segundo Daros, são conciliação e diálogo, e nesse ponto, acredita que o presidente Bolsonaro fala mais do que deveria e tem agido menos do que precisa.
— Em regra geral, o caminho do meio é o mais proveitoso. Nem tanto à direita, nem tanto à esquerda. Temos de defender políticas sociais criadas ou implementadas pelos governos de esquerda. Por outra lado, há reformas que precisam ser feitas. Temos de defender os organismos como a Ancine (Agência Nacional do Cinema), que foi alvo da verborragia do nosso presidente. É um órgão que se mantém independente, com verbas que são fruto do próprio mercado audiovisual — pondera.
Daros acredita que as pessoas estão de saco cheio dessa polarização entre o que chama de "extrema esquerda" contra a "extrema direita".
— Não tenho a mínima preocupação com partido político, o que me interessa é a agenda deles. Me espanta um partido que tenha na sua plataforma o desejo de implantar o comunismo no Brasil. Mas que comunismo? Acorda, cara! Uma agenda de 1917, o cara tá com o pensamento lá em Lenin (Vladimir Ilyich Ulyanov, revolucionário comunista, político e teórico soviético), e dizem: "o governo vai ser dono de tudo e vai funcionar". Vai que é uma beleza... Tá no direito dele, só me espanta que pensem ainda nisso.
Para finalizar, como um bom roteirista de cinema, Daros resume:
— Se não fosse trágico, seria cômico. Mas, o pior é que é trágico.
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