Realizado na vizinha Bento Gonçalves, o 3º Congresso Estadual de Cultura teve ampla programação entre os dias 15 e 17 de maio. Durante o evento, foi registrada a participação dos ex-secretários de Cultura de Caxias João Tonus e Rúbia Frizzo e de Volnei Canônica, ex-secretário-executivo do Ministério da Cultura.
Além deles, participaram ativamente das atividades os seguintes produtores:
Caliandra Troian (gestora cultural)
Cristina Calcagnotto (analista de relações com o mercado da UCS)
Maria Cecília Pozza (diretora de cultura e educação da CIC)
Magali Quadros (presidente do Conselho de Política Cultural)
Cleri Pelizza (conselho gestor do Ponto de Cultura Casa das Etnias e Míseri Coloni)
Luciano Balen (Festival Música de Rua)
Aline Zilli (Ueba Produtos Notáveis e Rede Brasileira de Teatro de Rua)
Claudio Troian (produtor cultural independente).
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Leia a seguir depoimentos e impressões da comitiva, que fez uma análise não apenas do congresso, mas da tímida política pública da cena cultural de Caxias.
Por falar em política pública, a Secretaria da Cultura, em conjunto com o Conselho, organizará quatro encontros das pré-conferências, durante os meses de agosto e setembro, que culminarão em um grande encontro, que deve ocorrer no dia 26 de outubro. Quem sabe o que hoje são reclamações não possam ser revertidas em esperança e expectativas positivas para a economia criativa de Caxias?
DEPOIMENTOS
"Quem ama sua cidade, trabalha para a felicidade das suas populações, das pessoas e não para "equilíbrio de números". As cidades vivem de suas energias vitais, vivem vibrando. Paralisar suas atividades, lembra em muito a obra do escritor Michael Ende, "Manu, a menina que sabia ouvir" e seus nefastos homenzinhos cinza do "banco poupa-tempo" _ ladrões de felicidade alheia. A minha querida Caxias do Sul anda muito triste nestes dois últimos anos..." Claudio Troian, produtor cultural independente
"Entendo que o congresso foi uma conversa importante e necessária. Ouvir, dialogar e pensar o financiamento à cultura com setores culturais, empresariais, governamentais e sociais nos permite entender a importância de salvaguardar a cultura." Maria Cecília Pozza, diretora de educação e cultura da CIC
"Dentre as muitas coisas importantes, destaco três delas. Primeiro, a necessidade de termos gestores públicos, ou seja secretários de cultura e equipes em constante capacitação para estarem à frente da pasta, cumprindo o papel do poder público. Segundo, entendermos que existem diferentes perspectivas, desde a visão dos artistas, passando pelo público consumidor, governo e público consumidor. Terceiro, buscamos no diálogo uma forma de equilibrar estes anseios." Caliandra Troian, gestora cultural
"O 3º Congresso Estadual de Cultura se torna fundamental neste momento tão difícil para o meio cultural não só pela falta de financiamento, mas principalmente pela narrativa simbólica que está sendo construída. Uma narrativa que coloca a arte como descartável e o artista como inimigo da sociedade. O que a sociedade precisa entender é que os artistas e suas produções sempre são reflexos do que está acontecendo com ela. Os artistas são como oráculos e o que representam hoje pode ser uma antecipação do amanhã." Volnei Canônica, Presidente do Instituto de Leitura Quindim e ex-secretário executivo do Ministério da Cultura
"Um encontro oportuno e necessário que juntou artistas, produtores culturais, conselheiros de cultura, ativistas, políticos, acadêmicos e sociedade civil para discussões em torno de um mesmo fim. Quer coisa mais linda do que isso? Sem agressões e com muitas construções. As provocações são indispensáveis ao surgimento de novos pensamentos, que, por sua vez, são fundamentais para a implementação de políticas públicas. Na minha opinião, cada vez mais temos que falar sobre as relações entre arte, cultura e turismo. A aproximação, a união e a troca fazem parte de um amadurecimento necessário para a formação de redes de luta e trabalho." Cristina Calcagnotto, analista de relações com o mercado da UCS
"Congresso serviu para a discussão de temas da economia criativa. A cultura gera impostos empregos, diminui os índices de violência, onde estiver presente, é transversal desde a educação, até a saúde e bem-estar. E quando se associa cultura e turismo, projeta-se as cidades nacionalmente e internacionalmente." Luciano Balen, Festival Música de Rua