Havia uma grande expectativa do público pela volta aos palcos de Caxias de um dos músicos mais importantes da cidade. Oscar dos Reis é referência em se tratando de música de concerto em um instrumento geralmente associado à música popular.
Oscar não leva jeito para empunhar o microfone, mas resolveu fazê-lo ontem, explicando as composições, elogiando seus novos companheiros de cena, e permitindo que a plateia percebesse quanto emocionado ele estava.
Dentre o repertório selecionado, composições de sua maior referência musical, o argentino Astor Piazzolla, de quem pudemos ouvir músicas como “Adios Nonino”, “Oblivion”, “Libertango”, entre outras. Além disso, Oscar e Quinteto apresentaram músicas interpretadas pelo acordeonista francês Richard Galliano.
O ponto alto da noite, e que suscitaram mais aplausos por parte da plateia, foram as composições de Oscar dos Reis. As já conhecidas de grande parte do seu público “Tango N4” e “Introspeção” foram muito celebradas.
Mas quando Oscar dos Reis e Quinteto terminaram de executar “Tango Nuevo Tango”, o teatro veio abaixo no melhor dos sentidos. Houveram brados aguerridos felicitando pelo que todos haviam presenciado e também pessoas que se entreolhavam e diziam: “Meu Deus, o que ele fez…”.
Talvez a melhor maneira de explicar a música é dizer sucintamente que durante os quatro ou cinco minutos da composição é como se Oscar provocasse o limite harmônico do acordeon. Era como se o próprio instrumento estivesse lutando para resistir a tamanho virtuosismo.
É por essas que Oscar dos Reis é reconhecido como um dos grandes da música, e vai seguir atravessando fronteiras.
Destaque também para os arranjos novos de suas composições, cuja assinatura fica muito clara por meio das mãos do violinista Rodrigo Duarte Maciel, do guitarrista Rafael Diniz, do contrabaixista Tiago Fernando Andreola e do baterista Cristiano Tedesco.
O burburinho ao final do espetáculo visceral, emotivo e transcendental era um só: quando será o próximo?