Há cenas que nos arrebatam e nos levam para a mais profunda dimensão de quem nós somos. Em tempos de Páscoa, um menino chora e esmurra o grande muro em Jerusalém, onde tantos lamentam, e outros tantos invocam pelo Messias que, segundo os judeus, ainda não veio. Em Caxias do Sul, uma senhora agarra-se com fervor e derrama sua alma diante da imagem de Jesus morto e sepultado, no subsolo da igreja de Santo Sepulcro.
Mas qual é a razão disso? Quem de nós nunca esteve diante de um abismo, ou debruçado na soleira de uma janela, e olhando longe ao horizonte não buscou respostas para a incerteza dos nossos dias? Ou ainda, quem nunca chorou acuado em um canto escuro da casa, sem saber para onde ir? Diante do imponderável, acessar o divino parece ser a única maneira de atravessar a maré de angústias, driblar a inquietude e vencer o caos.
Sabe aquela hora em que nada mais parece fazer sentido e sonhamos ver o céu rasgar e uma luz sobrenatural nos alcança e invade a nossa alma? Pois, é disso que se trata. Porque somos sempre menores do que o sentido das coisas. E há sim mais coisas entre o céu e a terra do que sonha vossa vã filosofia.
A lista de deuses e deusas é sem fim, como é sem fim a nossa busca por encontrar o sentido da vida. Uma das tradições mais importantes e que de certa forma separou o mundo em duas vertentes religiosas, é a filosofia judaico-cristã. Naquele tempo, os judeus decretaram sua fé em um único Deus, e foram um pouco mais além, ao determinar que ele é o Deus verdadeiro, como se lê no texto do profeta Isaías, capítulo 37, versículo 16:
"Ó Senhor dos Exércitos, Deus de Israel, que habitas entre os querubins; tu mesmo, só tu és Deus de todos os reinos da terra; tu fizeste os céus e a terra"
Séculos mais tarde, aparece Jesus Cristo e apresenta-se como o Filho de Deus, o tão esperado Messias, palavra de origem hebraica, cujo significado literal é 'ungido'. Mas os seus não o aceitaram, ou seja, os judeus não o aceitaram, e até hoje eles aguardam pelo Messias. Da adoração ao Filho de Deus, nasceu o cristianismo, que tem como marca profunda na história e doutrina religiosa o evento do qual se faz memória na Páscoa Cristã: crucificação, morte e ressurreição de Cristo. Mesmo com essa dissonância, os "pequenos Cristos", significado da palavra cristãos, também reconhecem que o Deus de Israel é o único Senhor, como está escrito em Êxodo capítulo 20, versículos 2 e 3:
"Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão.
Não terás outros deuses diante de mim"
Moisés - o libertador
Um povo escravizado é sempre um tormento, porque alma, corpo e espírito são afligidos. Quando somos pressionados, o que há dento de nós verte, seja em virtude, lágrimas ou frustração. Naquele tempo em que os hebreus trabalhavam em regime forçado para os egípcios, alguns resignavam-se nesse momento como sendo um castigo de Deus, mas outros, tomados de fé clamavam por misericórdia.
Até que num certo dia, Deus se revela a Moisés, aquele mesmo que tentaram matar ainda recém nascido, e sua mãe o colocou em um cesto de vime no rio Nilo, cuja bênção foi ter sido criado pela filha do Faraó. Moisés foi educado como um egípcio até que em um certo incidente, ele mata um soldado do Faraó, porque viu maltratarem um hebreu. Moisés foge para o deserto, conhece Zípora, com quem se casa e lá, enquanto pastoreava, foi chamado por Deus:
"E disse o Senhor: Tenho visto atentamente a aflição do meu povo, que está no Egito, e tenho ouvido o seu clamor por causa dos seus exatores, porque conheci as suas dores"
Êxodo 3:7
Essa passagem ocorre diante da sarça ardente, que não se consumia e foi a primeira vez em que o Deus de Israel se apresentava de uma forma tão íntima, desde o tempo de Adão e Eva, em que Deus os visitava todas as manhãs. E assim começa a saga dos hebreus para a sua fuga do cativeiro do Egito. Mas o que isso lá tem a ver com a festa da Páscoa? Chegaremos lá.
Depois de sucessivas pragas que destruíram o Egito, seja em sua fortaleza de força imperial, seja no orgulho do Faraó, veio a décima, e enfim vamos entrar no cerne da questão desta reportagem.
A décima praga foi o decreto da morte de todo primogênito, conforme relato do livro do Êxodo capítulo 12. Pela fé, entende-se que o anjo da morte iria tragar cada um dos filhos mais velhos de cada família que ali morasse no Egito. Para preservar a vida dos hebreus, e como forma de demostrar o poder, majestade e autoridade do Deus de Israel, os judeus seriam preservados. Mas como?
"O cordeiro, ou cabrito, será sem defeito, macho de um ano, o qual tomareis das ovelhas ou das cabras, e o guardareis até o décimo quarto dia deste mês; e toda a assembleia da congregação de Israel o matará à tardinha: Tomarão do sangue, e pô-lo-ão em ambos os umbrais e na verga da porta, nas casas em que o comerem."
Êxodo 12:5-7
Diz o texto que a partir da meia-noite o anjo da morte passou entre o povo, a noite foi de terror, lamento e choro para os egípcios, mas o sangue do cordeiro salvou os primogênitos dos hebreus. A derradeira praga, diz a Bíblia, foi a gota d'água e, enfim, Faraó deixou o povo ir.
"E quando vossos filhos vos perguntarem: Que quereis dizer com este culto? Respondereis: Este é o sacrifício da páscoa do Senhor, que passou as casas dos filhos de Israel no Egito, quando feriu os egípcios, e livrou as nossas casas. Então o povo inclinou-se e adorou."
Êxodo 12:26-27
Pessach - a passagem
Moisés conduz o povo em meio ao deserto, até que deparam-se com a imensidão do Mar Vermelho. Cansados e abatidos, muitos entristeceram-se e viram a morte inevitável aproximar-se ao longe. Porque a esta altura, o exército do Faraó, recomposto e tomado de fúria, raiva e vingança, troteava incansável no horizonte. Tomado de autoridade divina, Moisés cumpre o seu chamado de libertador:
"Então Moisés estendeu a mão sobre o mar; e o Senhor fez retirar o mar por um forte vento oriental toda aquela noite, e fez do mar terra seca, e as águas foram divididas"
Êxodo 14:21
Essa é a explicação literal para a palavra hebraica pessach, que significa passagem, e que nos dá uma outra dimensão para a compreensão do valor simbólico da Páscoa. Pessach significa uma ação transitória, ou seja, é um tempo para reavaliarmos quem somos e para onde estamos indo. De fala mansa, o rabino argentino Ari Oliszewski, 42 anos, há 10 anos radicado no Brasil e líder da Sinagoga União Israelita Porto Alegrense, nos leva a uma reflexão contemporânea:
— Quão livres somos hoje em dia? Mesmo que não estejamos vivendo na escravidão, nos escravizamos a diferentes situações. Vivemos em um mundo materialista e perdemos a espiritualidade. Somos dependentes do relógio, do WhatsApp e da Netflix — questiona o rabino.
O tradicional jantar da Páscoa, para os judeus, ocorreu neste sábado, além de um momento de celebração em família, é tempo de semear no coração das crianças:
— O pai conta aos seus filhos sobre a história de pessach para que ninguém se esqueça do que ocorreu no Egito — conta o rabino.
Como parte deste rito de passagem, um mês antes da Páscoa, os judeus começam a fazer uma limpeza geral em suas residências, explica Ari Oliszewski.
—Essa limpeza é bem profunda, tanto na casa, como nas louças, nas roupas. Tudo deve estar bem lavado. Além disso, vamos consumindo todo o tipo de fermento e farináceos, para que quando chegue a noite de pessach, não tenha nada de farinha em casa.
E por que não pode ter fermento nesse período de transição, de entrada em um novo ciclo?
"Por sete dias não se ache fermento algum nas vossas casas; porque qualquer que comer pão levedado, esse será cortado da congregação de Israel, tanto o peregrino como o natural da terra" Êxodo 12:19
Os judeus são tratados muitas vezes como pessoas que têm restrições alimentares um tanto exóticas, como o fato de não consumir carne de porco. No entanto, para o judeu que guarda a tradição religiosa, o que se põe à mesa é sempre fruto de adoração e memória ao Deus de Israel.
Por exemplo, na noite deste sábado, como rito da passagem da Páscoa, a ceia tem como prato simbólico o kehara. Sobre este prato contém um ovo cozido (beitissá), um osso ou pescoço de frango queimado no fogo (zeroá), uma massa feita com nozes, maçã e vinho (charôsset), um ramo de salsa, salsão ou ainda batatas ou cebolas (karpás) e ervas ou folhas como escarola e endívia, além de raízes como gengibre e raiz-forte (marôr e chazêret).
— O prato com seis elementos, entre eles, as ervas amargas que nos fazem recordar do tempo de escravidão, o ovo por ser redondo nos fala da vida em ciclos, e também o pedaço de osso de frango que nos faz lembrar do sacrifício pascal — explica o rabino.
Jesus - o Cordeiro de Deus
A Páscoa é a festa mais importante da tradição judaico-cristã, mas seu valor tem sido colocado no rodapé das promoções de supermercado. Uns tantos, mesmo comendo ovos de chocolate, vão frequentar a sinagoga, a missa ou um culto evangélico neste final de semana. No entanto, por mais relevância que a data reserve, o simples fato de fazer memória dos textos bíblicos nesse período não significa quase nada.
— Qual o sentido de rememorar um fato, relembrá-lo, sem trazer significado atual? Não é simplesmente fazer memória como um resgate de um fato histórico, é reviver aquele mesmo fato. Páscoa é recomeço — observa o professor e doutor em Teologia, Everaldo Cescon, 48 anos, diretor da Área de Conhecimento e Humanidades, da Universidade de Caxias do Sul.
Cescon acrescenta ainda que esse tempo de reflexão e de memória pelo que ocorreu com Jesus, crucificação, morte e ressurreição, deve marcar a vida espiritual do cristão ao longo do ano. Aos crentes, Jesus é mais do que um personagem histórico. Ele carrega a testificação da divindade, cuja sombra apareceu ao povo de Deus quando da libertação da escravidão do Egito. Naquela época, o sangue do cordeiro salvou o povo do anjo da morte.
— O novo testamento associa a figura de Jesus ao cordeiro. Jesus é o sacrifício substitutivo, vicário, não somos mais salvos pelo cordeiro que foi imolado na Páscoa dos judeus, mas celebramos a chegada do Cordeiro de Deus, como anunciou o profeta João Batista: "Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo" — ensina Cescon.
O evangelho traz sempre a centralidade de Cristo como sendo o personagem que aparece desde o primeiro livro Gênesis até o último, Apocalipse. É como se em cada evento, mesmo anterior ao nascimento de Jesus, já houvesse ali, nas entrelinhas o agir do Filho de Deus. Mas há um outro elemento simbólico, e nada teológico, que evidencia o quanto nós do hemisférios sul perdemos significado em se tratando dos que vivem no hemisfério norte.
— Em suma, Páscoa é passagem, renovação e libertação. Mas para nós, perde um pouco da força da simbologia ao celebrarmos a Páscoa no outono. Nós aqui no outono, estamos entrando para dentro de nós mesmos, para hibernar. Enquanto que em Israel, por exemplo, celebram a festa na primavera, época de renovação das folhas, das árvores florescendo, e dos animais saindo da toca para procriar. — compara Cescon.
Segundo o teólogo, vem daí a a entrada do coelho que veio bagunçar a tradição religiosa.
— O coelho é o primeiro animalzinho que sai da sua toca na primavera, ele surge como símbolo de fertilidade e renovação da vida, que também é o sentido da Páscoa.
Deixando o coelho de lado, ou depois de mastigar a sua orelha, voltemos ao evangelho, e à pregação do real significado da Páscoa para os cristãos. A missa mais importante dos católicos ocorre no sábado a noite, que tradicionalmente era um vigília até a manhã de domingo. Quem nunca foi e talvez não tenha intenção de ir a missa do Sábado de Aleluia, pode conferir através da explicação de Cescon como é o ritual:
— Hoje a missa é bem abreviada, mas compreendia quatro ritos: Bênção do Fogo, como uma forma de introduzir a luz que dissipa as trevas; a Palavra, com a leitura de dez textos bíblicos e mais dez salmos, que às vezes podem ser cantados; Rito do Batismo, antigamente era a noite privilegiada para o batismos dos cristãos e era feito por imersão, e o Rito da Eucaristia.
A Páscoa trata de todos esses elementos, como renovação, redenção, libertação e salvação, mas há um fio condutor entre todos eles: o amor.
Amor - a redenção
— Jesus deixou algo que ainda estamos tentando alcançar, que é amar alguém como ele amou — provoca-nos à reflexão o teólogo Adriano Corrêa, 43 anos, pastor da Igreja Batista Nacional.
O pastor se refere ao texto bíblico do livro do evangelista João 13:34, que diz:
"Um novo mandamento dou a vocês: Amem-se uns aos outros. Como eu os amei, vocês devem amar-se uns aos outros"
Para Corrêa, o amor de Cristo trouxe redenção ao povo. Em uma analogia provocativa, Corrêa, diz que nenhum de nós faria o que Jesus fez por nós. Ou seja, nenhum de nós estaria disposto a entregar-se à morte de cruz por amor. Complementa a argumentação com a citação de um fato, segundo ele, creditado a ao teólogo Santo Agostinho (354 a 430 d.C.), um dos mais importantes pensadores dos primeiros séculos do cristianismo.
— Quando Santo Agostinho leu esse versículo na Bíblia, dobrou os joelhos e disse: "Deus como tu és bom para pedir coisas impossíveis para nós porque o Senhor vai nos ajudar a alcançar isso" — conta Corrêa.
Esse nível elevado de amor, uma espécie de amor sublime, celestial, por assim dizer, só pode ser alcançado com a ajuda de Deus, entende o pastor.
— Eu não vejo dificuldade nenhuma em amar alguém. Eu amo a minha esposa, eu cuido dela, mas Jesus nos ensina a amar nossas esposas, como ele mesmo ama a igreja — ensina.
A dificuldade, complementa o pastor, é amar como Jesus ama. E esse tipo de amor, tratado na teologia como amor ágape, é o que redime, é o que traz a salvação única e para sempre. Sem juízo de valor, frisa, para o pastor o sacrifício do cordeiro sempre foi uma prática do judaísmo, e não ocorria apenas na Páscoa. Mas anualmente o povo de Israel subia a Jerusalém, pelo menos uma vez ao ano, para pedir perdão pelos seus pecados. Anualmente cordeiros tinham de verter sangue como símbolo da redenção.
— Jesus é o sacrifício perfeito. A Páscoa fala da morte de Jesus na cruz e do seu sangue vertido, e todos que estão debaixo deste sangue tem perdão dos pecados, vida eterna e salvação — explica.
Mas de uma forma bem pontual e prática, somos redimidos do quê?
— A Páscoa tem sua origem na libertação do povo de Israel que estava escravizado pelo Egito. Na teologia, o Egito tipifica o mundo, ou seja, as pessoas que estão fora dessa cobertura espiritual. E as pessoas do mundo hoje estão escravizadas às drogas, à pornografia, aos crimes, às orgias e bebedices, e diversas outras cadeias sem saída. E para o pastor, a única saída é aceitar o amor de Deus, que nos salvou da morte eterna.
A imagem mais icônica desse amor, e que ocorreu durante a Páscoa judaica, é a última ceia, imortalizada no traço do artista plástico italiano Leonardo Da Vinci (1452-1519). Os dois elementos mais importantes à mesa são o pão e o vinho, e Jesus os reparte e servo aos discípulos, e tudo isso aconteceu na véspera da sua prisão, que veio culminar com o crucificação.
— O pão significa o corpo de Cristo, humilhado, transpassado, surrado e moído, enquanto que o vinho, ou suco de uva, é o sangue, que foi derramado por nós, nos traz redenção, perdão dos pecados e salvação — revela Corrêa.
Páscoa - o recomeço
Crentes ou ateus, religiosos ou niilistas, não importa a maneira como cada um interpreta a vida e resignifica seus dias. O certo é que todos somos fruto das nossas escolhas. Entre o nascimento e a morte, caminhamos, nem sempre certos de onde queremos ir. Ora dóceis, ora egóicos, avançamos porque o tempo nos corrói.
Se comer ou não a ceia da Páscoa nos torna melhores, é uma questão muito pessoal, assim como cada um escolhe o que ou a quem cultuar. Da mesma forma, pode-se ter mais de uma maneira de enxergar a Cristo, seja pelo viés divido ou social.
Para o pastor Adriano Corrêa, fica muito claro, que além de Senhor e Salvador, Cisto é o amor em si:
— Jesus é o ápice do amor, é o amor sublime.
Por outro lado, o doutor em teologia Everaldo Cescon traz à cena o Cristo como ator político, frisando que só em nossos dias a religião é dissociada da política. Pois na época de Jesus, os doutores da lei também eram políticos.
— Posso ver Jesus como libertador das mazelas espirituais, mas também libertador das mazelas sociais. Por exemplo, quando Jesus nasceu ele foi para uma manjedoura, podemos muito bem identificá-lo então a um sem teto. Ou ainda, como um refugiado, quando ele e seus pais tiveram de fugir para o Egito.
Seja através do amor ágape, incondicional, ou através do viés social, para os cristãos há sempre que se fazer memória de Cristo, ainda mais em tempos de Páscoa. Os judeus, por outro lado, aproveitam este tempo para reforçar a sua fé na vinda do Messias, e também para provocar a reflexão do sentido de recomeço, implícita à Páscoa.
— Na ceia, de sábado, lemos dois textos muito significativos. Um deles, nos provoca a pensar em por que esta noite se diferencia das demais noites? E segundo, lembrarmos dos nossos irmãos que foram escravos do Egito, para que possamos refletir no significado da liberdade como direito fundamental — ensina o rabino Ari Oliszewski.
Os calendários gregoriano e judeu não observam à Páscoa o início de seu ano. No entanto, de forma espiritual, tanto para judeus, como para cristãos, conforme o texto de Êxodo, o primeiro mês judaico é nissan, e este ano é equivalente ao mês de abril, em nosso calendário.
"Este mês será para vós o princípio dos meses; este vos será o primeiro dos meses do ano."
Êxodo 12:2
— A Páscoa é um ciclo, que finaliza e se reinicia. E nós comemoramos sempre esse novo ciclo — explica o rabino.
Quem esperava apenas para o final do ano, lá em dezembro, como mote para mudar a sua vida, tem agora um novo recomeço pela frente. E só para frisar, cada um é responsável por suas escolhas.