Carnavalesca. Poetisa. Mulher. Uma das figuras mais emblemáticas da literatura gaúcha, Vivita Cartier — cuja morte completa exatos 100 anos neste 21 de março — ganha uma detalhada biografia assinada pelo escritor e jornalista Marcos Fernando Kirst. O Ocaso da Colombina: A Breve e Poética Vida de Vivita Cartier resgata a trajetória da autora que empresta seu nome ao mais importante prêmio literário de Caxias do Sul.
Com 812 páginas, o livro é dividido em 20 capítulos e sete apêndices — fruto de sete anos de intensa pesquisa em bibliotecas, cartórios, museus e arquivos de jornais, além de entrevistas com historiadores e descendentes dos irmãos da poetisa. Conforme Kirst, a ideia para a biografia surgiu ainda em 2011, durante a produção do livro de memórias do ex-prefeito Mário Vanin (1941-2011), admirador confesso da obra poética de Vivita:
— Mário Vanin ocupava a cadeira nº 11 da Academia Caxiense de Letras, que tem Vivita Cartier como patrona. Curiosamente, depois de sua morte, eu fui convidado a assumir a mesma cadeira. Foi a partir daquele momento que decidi colocar em prática o projeto da biografia — relembra o autor.
Com declamações de poemas e apresentações artísticas, o lançamento de O Ocaso da Colombina será neste sábado (23), às 14h, na Galeria Municipal Gerd Bornheim, junto à Casa da Cultura. Um oportunidade ímpar para os amantes da literatura entrarem em contato com o universo criativo deste ícone dos versos.
Imortal
Neta de Rodolfo Félix Laner, imigrante tirolês que se estabeleceu em Caxias do Sul em 1876, Vivita nasceu e passou a infância em Porto Alegre, onde participou desde cedo da vida artística e cultural, com destaque para o engajamento na reorganização do carnaval da capital gaúcha — vem daí a escolha pelo termo "colombina" utilizado no título.
Diagnosticada com tuberculose em 1913, mudou-se para o interior de Caxias em busca de recuperação. Foi no distrito de Criúva que a poetisa amadureceu sua produção literária, fortaleceu laços com a classe artística e viveu até sua morte, em 1919, aos 26 anos.
— Ela deixou um legado importante pela determinação que teve, desde cedo, ao ser uma protagonista da cultura e das artes. Apesar da vida breve e da produção relativamente curta, Vivita conseguiu criar uma persona literária. O fato de seu nome manter essa força ainda hoje traduz esse legado — resume Kirst.
Vivita Cartier é patrona da cadeira nº 11 da Academia Caxiense de Letras e da cadeira nº 21 da Academia Literária Feminina do Rio Grande do Sul.
Homenagem
Na tarde desta quinta (21), uma celebração no Cemitério do Pontão, em Criúva, homenageará o centenário de morte de Vivita Cartier, com a inauguração de uma placa junto ao túmulo da poetisa. O ato está marcado para às 17h.
PROGRAME-SE
:: O quê: lançamento do livro O Ocaso da Colombina: A Breve e Poética Vida de Vivita Cartier, de Marcos Fernando Kirst.
:: Quando: neste sábado (23), às 14h.
:: Onde: Galeria Municipal de Arte Gerd Bornheim (Rua Dr. Montaury, 1333), na Casa da Cultura de Caxias do Sul.
:: Quanto: livro à venda no local por R$ 50.