Um caldeirão que ferve a mistura de irreverência, rebeldia e rock pesado é um dos fatores que podem explicar o sucesso que faz com que há quase 40 anos um público fervoroso siga o Camisa de Vênus, banda liderada pelo carismático vocalista e compositor Marcelo Nova.
Nem mesmo os longos hiatos interrompidos por reuniões esporádicas nas últimas duas décadas foram capazes de arrefecer o carinho dos fãs, que garantem plateias lotadas como a que esperam receber nesta sexta-feira em Caxias do Sul, onde se apresentam no Clube União Forquetense.
A apresentação em Caxias chega como fruto de um desses retornos, o que marcou os 35 anos da banda em 2015: o CD duplo e DVD Dançando em Porto Alegre, registro de uma apresentação no Auditório Araújo Viana.
A escolha pela capital gaúcha presta uma homenagem a um dos lugares que melhor recebeu a banda desde o início da carreira. O vocalista recorda que, em 1984, o Camisa atraiu mais gente que o Van Halen ao Gigantinho, em Porto Alegre (16 mil pessoas), algo que nem a crítica, nem os empresários entenderam. Mas foi o início de uma forte relação.
– Nós viemos da Bahia com outro sotaque, outro biotipo, outra cultura, mas foi um fenômeno de uma proporção difícil de explicar. Hoje digo que, se o Led Zeppelin tinha a Califórnia como o seu Eldorado, o Camisa de Vênus tem o Rio Grande do Sul – brinca Marcelo Nova.
No palco, Nova e o baixista e cofundador da banda, Robério Santana, ganharam a companhia de Drake Nova (guitarrista e filho de Marcelo), Leandro Dalle (guitarra base) e Célio Glouster (bateria), que seguem como formação atual. No repertório, sucessos que contemplam os sete álbuns de estúdio, como Deus Me Dê Grana, Eu Não Matei Joana D’Arc, Simca Chambord, Bete Morreu, entre outros, irão se juntar músicas do trabalho Dançando na Lua, de 2016, que marcou o retorno da banda ao estúdio após 20 anos. – Seria muito fácil voltar aos palcos só para tocar o legado do Camisa, mas não nasci para ser o maestro do baile da saudade –poetisa Nova.
Mas que não se engane quem, por acaso, pense que o cantor despreze o que construiu ao longo de quase quatro décadas:
- O Camisa de Vênus sobrevive hoje junto a meia dúzia de bandas de rock, e não tenho receio de dizer que talvez seja a mais importante entre elas.
Agende-se
O quê: show da Camisa de Vênus em Caxias do Sul.
Quando: sexta-feira,às 22h.
Onde: Clube União Forquetense.
Quanto: de R$ 45 a R$ 70, com opções de meia entrada para estudantes e idosos, além de sócios do Clube do Assinante. Bilhetes à venda em sympla.com.br. Outros pontos de venda são a Hamburgueria Jaime Rocha, a loja Radamaschi, em Forqueta, e a secretaria do Clube União Forquetense.