Composição harmoniosa de versos estruturados. Manifestação literária e estética que traduz ações e sentimentos. Texto ritmado disposto em versos e estrofes. Os dicionários brasileiros oferecem uma invejável gama de definições para o verbete “poesia”, gênero que ganhará destaque na programação do Instituto Cultural Taru, em Caxias do Sul, no próximo final de semana.
Resgatando o formato de sarau, com espaço para declamações e debate, o evento é alusivo ao Dia do Poeta, celebrado extraoficialmente em 20 de outubro, e ao Dia Nacional da Poesia, instituído em 2015 para homenagear o nascimento de Carlos Drummond de Andrade (1902-1987). Ou seja, um prato cheio para reunir desde apreciadores do modernismo de Cecília Meireles (1901-1964) aos fãs do neoconcretismo de Ferreira Gullar (1930-2016).
– A gente precisa falar de poesia, seja para levantar o ânimo ou para apaziguar a alma. Portanto, nada melhor que conviver com a poesia, principalmente nos dias atuais, pois ela vai além das letras e palavras, é uma condição de vida. Você pode escolher viver poeticamente diante da nossa condição de ser humano – reflete a escritora Jaque Pivotto, uma das organizadoras e participantes da iniciativa.
Aberto ao público, o Sarau dos Poetas reunirá outros sete autores, todos daqui: Dinarte Albuquerque Filho, João Batista, José Otávio Carlomagno, Juliano de Ros, Nil Kremer, Vitória Zanotti e Viviane Luchese. O objetivo, conforme Jaque, é mesclar diferentes estilos e abordagens, além de misturar artistas homens e mulheres.
– A ideia é somar nas diferenças. O Dinarte, por exemplo, tem uma poesia mais concreta, enquanto o João Batista traz uma pegada mais infantojuvenil. Já a Nil Kremer, que trabalha mais com poesia contemporânea, tem um texto quase visceral. E o bacana da Vitória, que tem 20 anos, é que ela trabalha com sonetos, mas a partir de uma abordagem muito atual, sobre gêneros e o feminino – detalha a organizadora.
O escritor e jornalista Dinarte Albuquerque Filho, que não esconde o entusiasmo por iniciativas compartilhadas entre autores, pretende levar ao público, no sábado, poemas dos livros Um olhar sobre a cidade e outros olhares (1995) e Leituras da Madrugada (2014), além da recém-lançada coletânea Misterioso Sul (2018).
– A ideia de um sarau poético sempre é oportuna. Inclusive o momento que vivemos pede uma poesia mais participativa, não necessariamente no sentido ideológico ou político, mas que faça a gente refletir sobre as coisas que estão acontecendo no mundo. Mesmo com esse caráter lúdico, introspectivo e até sonhador, a poesia acaba movimentando seu ouvinte ou seu leitor – garante.