Corridas de três a quatro vezes por semana, noites bem dormidas e nada de bebida alcoólica ou cigarro. Jacques Mauger enumera os aspectos de sua rotina regrada para ostentar a posição de um dos melhores trombonistas da atualidade. Um "sacrifício" à altura do grau de dificuldade exigido pelo instrumento com o qual ele se apresenta nesta quinta-feira, no UCS Teatro, como convidado da Orquestra Sinfônica da Universidade de Caxias do Sul (Osucs), em mais uma edição da série de concertos Quinta Sinfônica.
— É preciso um ótimo condicionamento físico para realizar os movimentos e controlar o ar dos pulmões — explica o francês.
O instrumento, porém, foi uma espécie de segunda opção de Mauger, que iniciou sua trajetória musical aos seis anos de idade tocando acordeom na pequena cidade da Normandia, ao norte da França, onde nasceu. Na verdade, foi a porta de entrada para uma carreira promissora dedicada à música. Aos 21 anos, ele entrou para o prestigiado Conservatório Nacional Superior de Música e Dança de Paris, onde concluiu os estudos em apenas dois anos. Por mais de uma década, integrou orquestras, como a Filarmônica de Nice, onde foi primeiro trombonista, e a Orquestra do Ópera de Paris, na qual atuou como solista. Em 1990, optou por trabalhar como artista de concertos e, desde então, viaja ao mundo para se apresentar com conjuntos que variam de orquestras de cordas e sinfônicas a bandas de metais e de concertos.
Na apresentação desta noite, Mauger e os músicos da Osucs apresentarão o Concerto para Trombone e Orquestra, do italiano Nino Rota (1911-1979).
— Essa composição tem uma história muito interessante porque, quando regia a orquestra do teatro Scala, de Milão, sempre observava nos bastidores um músico ensaiando com seu trombone notas e exercícios soltos. Foi então que ele decidiu compor uma peça para este rapaz estudar algo que não fosse aleatório — conta o francês.
O programa ainda prestará um tributo ao hamburguense Nestor Wennholz por meio da execução de Prelúdio, Dança e Entredança. Falecido há 10 anos, Wennholz teve uma forte ligação com a cultura de Caxias do Sul desde que passou a lecionar na Escola de Belas Artes, em 1958. Em 1968, estruturou o coro da UCS e, durante sua trajetória, foi regente assistente da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (Ospa) e maestro do Coro Municipal de Caxias do Sul.
Na segunda parte do concerto, a Osucs interpretará as Bachianas Brasileiras Nº 2, de Heitor Villa-Lobos (1887-1959), como explica o maestro Manfredo Schmiedt:
— É uma das peças mais emblemáticas composta por ele. É muito popular porque em O Trenzinho do Caipira, os instrumentos imitam a sonoridade de uma locomotiva em movimento.
Agende-se
:: O quê: Quinta Sinfônica com o trombonista Jacquer Mauger.
:: Quando: quinta-feira (13), às 20h30min.
:: Onde: UCS Teatro (Bloco M - Cidade Universitária, Caxias do Sul).
:: Quanto: ingressos entre R$ 10 e R$ 40, com opções de meia entrada. Pontos de venda: Loja UCStore, na Galeria Universitária, e na Livraria do Maneco, no Centro.