Motor para a música do caxiense Beto Scopel, o experimentalismo a partir de batidas eletrônicas, improviso jazzístico, sonoridades étnicas e ritmos de diversas partes do mundo poderá ser conferido no projeto Beto e Suas Máquinas, cuja estreia ocorre neste domingo no Museu Ambiência Casa de Pedra, em Caxias do Sul. A apresentação integra o programa Museu Arte Viva, promovido pela Secretaria Municipal de Cultura, com entrada gratuita.
Trompetista que divide as atenções entre a Orquestra Municipal de Sopros, o grupo Choros de Balcão e o duo CCOMA, que forma com o percussionista e programador eletrônico Luciano Balen, pela primeira vez Scopel terá o palco apenas para si e suas múltiplas facetas musicais. Com o voo solo, as características suaves, psicodélicas e dançantes da sua música irão se misturar num show ao mesmo tempo inquietante e divertido, especialmente pelo formato experimental e interativo que propõe.
— A base são os loopings eletrônicos, com todos os elementos sendo gravados na hora para serem repetidos continuamente e assim a música ir se formando com suas diversas camadas. Começa com uma linha de baixo, passa por algum elemento étnico, e por aí vai, sem saber bem onde vai dar. Quem estiver assistindo pode sugerir um ritmo, um caminho para a música — destaca o trompetista, que no show também toca flautas indiana e celta, percussões e contrabaixo.
Após a estreia no patrimônio histórico de Caxias, o músico de 38 anos espera levar o "experimento" adiante, não necessariamente com o mesmo nome, mas com a mesma proposta de realizar a música na hora, sem qualquer arranjo prévio.
— Assim como este show se chama Beto e Suas Máquinas, numa apresentação futura pode ser "Beto e seus dubs", "Beto e suas cumbias". Mas a ideia deste projeto é que sempre exista esse desafio de ir pensando tudo na hora, dentro da linguagem do looping.