No ano em que completa uma década de rock e blues, a banda caxiense Pacific 22 retorna aos palcos após um hiato de três anos para uma apresentação no Mississippi Delta Blues Bar, hoje à noite, em Caxias do Sul. O grupo, remanescente do primeiro Moinho da Estação Blues Festival, em 2008, também tem no horizonte a gravação do primeiro CD, que deverá ter entre 10 e 12 faixas autorais. A noite terá ainda um set acústico com o vocalista e gaitista da banda, Ricardo Biga, apresentando as músicas de Simple, álbum solo lançado no ano passado em shows no Centro de Cultura Ordovás.
Biga brinca que, se fosse incluir todos os nomes que já passaram pela Pacific para tocar juntos, o show precisaria ser feito no Estádio Alfredo Jaconi ou no Centenário. Da formação original, também permanece o guitarrista Bruno Pinheiro Machado, conhecido pelo trabalho na Grandfúria. O restante da formação atual conta com Guido Ângelo (bateria), Gabriel Lopes (teclado) e Mauro Caldart (baixo), que hoje substituirá o titular Joce Cristóvão.
– Por acaso, mas também por afinidade, muitos desses músicos participaram das gravações e dos shows de lançamento do Simple. Por nostalgia, fizemos algumas músicas da Pacific 22 e rolou uma energia muito legal, que motivou a resgatar a banda. Mas posso dizer que já era um projeto que estava se desenhando, tanto que não quis incluir nenhuma composição minha da banda no álbum solo – destaca o vocalista.
Agende-se
O quê: show de Ricardo Biga e Pacific 22 no Mississippi Delta Blues Bar
Quando: hoje, a partir das 22h (um set solo e outro da banda)
Onde: Mississippi Delta Blues Bar (Rua Augusto Pestana, 55), em Caxias do Sul
Quanto: R$ 15
Recordando o início da Pacific, que se dividia entre Caxias e Flores da Cunha, onde moravam os integrantes originais, o vocalista lembra que o som tinha muita influência de Creedence Clearwater Revival, Neil Young e outras bandas de country blues. Dentro desse universo, surgiu a ideia de dar ao grupo um nome que fizesse referência ao trem, no momento em que Caxias vivia a revitalização da Estação Férrea.
– Nos primeiros shows a gente usou algum nome que eu nem lembro, mas era algo bem New Wave, não tinha nada a ver. Quando surgiu a oportunidade de tocar no festival, achamos que a banda merecia um nome melhor (risos). Fizemos uma pesquisa para encontrar um nome que tivesse algum valor histórico para a região. Nesse universo do trem, partimos para os tipos de locomotiva que rodavam por aqui e chegamos a uma que se chamava Pacific, que fez história no Brasil. E o ano de chegada dela ao país foi 1922. Coincidentemente, anos depois encontrei essa locomotiva exposta em um museu de São João del-Rey em Minas Gerais, onde fui fazer um show – conta Biga.
Após o show de retorno, a banda pretende se concentrar na gravação do álbum de estreia e depois retomar uma agenda de apresentações. A expectativa é fazer o lançamento no primeiro semestre do ano que vem.