Era para ser apenas uma exposição alusiva ao centenário da Semana de Arte Moderna de 1922, mas acabou se transformando em um projeto ainda maior, por meio do qual o público de Caxias do Sul terá a oportunidade de apreciar a produção de alguns dos mais respeitados pintores brasileiros dos séculos 19, 20 e 21. A partir da próxima sexta-feira, a Galeria Municipal de Arte Gerd Bornheim dá início a uma série de cinco mostras cujas obras permitirão ao público conferir de perto, até 2022, um panorama das artes plásticas brasileiras em seus diferentes aspectos.
As obras pertencem à pinacoteca particular de Hieldis e José Antonio Fernandes Martins, cujo acervo de mais de duas centenas de quadros cobre as paredes da residência no bairro Petrópolis. Obras de nomes como Iberê Camargo, Djanira, Heitor dos Prazeres, Carlos Volpi, Di Cavalcanti e Cícero Dias, além de nomes locais, entre eles Sergio Lopes, Victor Hugo Porto, Beatriz Balen Susin e Antonio Giacomin, entre outros, seduzem o olhar de quem visita a mansão.
A ideia do projeto partiu de Ademar Sebben, apreciador de arte e amigo dos Martins, que viu na coleção do casal a possibilidade de organizá-las em temas específicos e apresentá-las na galeria.
— A proposta inicial era fazer uma exposição em 2022 para celebrar o centenário da Semana de Arte Moderna, mas vimos que tínhamos material para pelo menos outras cinco mostras. Começou de trás para frente — explica Sebben, que assina a curadoria.
O primeiro recorte, em exposição de 3 a 28 de maio, reúne 21 trabalhos em óleo sobre tela de três consagrados pintores gaúchos: Iberê Camargo (1914-1994), Pedro Weingartner (1853-1929) e Ado Malagoli (1906-1994). Em 2019, a natureza morta será o tema da mostra, com trabalhos de artistas como Leopoldo Gotuzzo (1887-1929), Carlos Scliar (1920-2001), Juarez Machado e Volnei Petiz.
Já em 2020, o olhar local dará o tom da exposição, que será pontuada por pinturas de artistas que começaram suas trajetórias em Caxias do Sul. Para 2021, Sebben escolheu nomes da contemporaneidade reverenciados em 2013 em uma mostra organizada pelo Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Margs): Fernando Barli, Daniel Senise, Gilda Vogt, Mario Rohnelt, Milton Kurtz e Jeff Chies.
Para o gran finale, em 2022, o curador prepara uma revisão dos grandes artistas da época. Entre as obras, um desenho em carvão sobre papel de Anita Malfatti que foi apresentado na Semana de 1922. Haverá ainda, entre outros, trabalhos de Antonio Gomide (1895-1967), Alberto da Veiga Guignard, Alfredo Volpi (1896-1988), Di Cavalcanti (1897-1976), Ismael Nery (1900-1934), Antonio Bandeira (1922-1967) e Siron Franco.
Organizada por Di Cavalcanti, a Semana de Arte Moderna de 1922 é considerada a primeira manifestação coletiva pública da história cultural brasileira. Realizada de 11 a 18 de fevereiro, representou uma renovação de linguagens em oposição ao conservadorismo predominante no país desde o século 19.
PROGRAME-SE
:: O quê: exposição com obras de Iberê Camargo, Pedro Weingartner e Ado Malagoli
:: Quando: abertura sexta-feira (4), às 19h30min. Visitação até 28 de maio, de segunda a sexta, das 8h às 20h, sábado, das 10h às 18h, e domingo, das 14h às 18h.
:: Onde: Galeria Municipal de Arte Gerd Bornheim (Rua Dr. Montaury, 1.333, Centro, Caxias do Sul)
:: Escolas podem agendar visitas guiadas pelo telefone (54) 3218-3697. Serão recebidas três turmas de até 40 alunos por dia. A Galeria fornecerá o transporte gratuitamente.
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