Se depender do que foi apresentado domingo passado, no Rio de Janeiro, o segundo show do Foo Fighters em Porto Alegre, neste domingo, no Beira Rio, deve ser melhor que o primeiro em solo gaúcho, realizado em 2015. No Maracanã, Dave Grohl comandou uma apresentação apoteótica, digna do rock de arena. A banda retornou ao Brasil com a turnê do disco Concrete and Gold, lançado ano passado. Apesar do nono álbum do grupo ter tido uma recepção morna, suas faixas ao vivo funcionam muito bem. Também há outro diferencial antes de Grohl e companhia subirem ao palco: nesta turnê pelo país, eles estão acompanhados do enérgico Queens of The Stone Age.
De qualquer maneira, a atração principal era o Foo Fighters. Grohl e sua trupe abriram o show com Run, faixa do Concrete and Gold, que soa mais empolgante ao vivo que a versão de estúdio. Em seguida, All My Life fez o Maracanã explodir, como se fosse um gol. Learn to Fly manteve o ritmo, assim como The Pretender. Por mais que se possa pensar que algumas músicas do Foo Fighters já saturaram de tanto que tocaram nas rádios ou trilhas de programas televisivos — casos de Times Like These e My Hero —, não adianta: elas se renovam completamente ao vivo e tornam a emocionar o público, como se fosse a primeira vez.
Todos os méritos para Dave Grohl, que tem um domínio de palco como poucos no planeta. Controla a banda e o público com destreza ímpar. Carismático como o líder do grupo, o baterista Taylor Hawkins é uma espécie de vice-presidente do Foo Fighters. Ele trocou de lugar com Grohl, que assumiu as baquetas, para cantar Under Pressure, cover do Queen. Já o guitarrista Chris Shifflet foi o vocalista no cover de Under My Wheels, do Alice Cooper. Ao citar que Pat Smear tem sua origem no punk rock (ele já integrou o The Germs), a banda tocou Blitzkrieg Bop, dos Ramones.
No bis, que ocorreu após uns 10 minutos de paralisação, ainda teve espaço para mais um cover: Let There Be Rock, do AC/DC. O show foi encerrado com Everlong, que tradicionalmente costuma fechar as apresentações do Foo Fighters. (O repórter viajou a convite da Live Nation).
Expectativa para assistir de novo
O publicitário caxiense Terence Ballester Agnezi, 35 anos, está na expectativa de rever o show do Foo Fighters. Ele acompanha a banda desde o início, em 1994, e já era fã de Dave Grohl desde a lendária Nirvana.
— Na época era um pouco diferente a maneira que a gente consumia música, a gente acompanhava pela MTV e conhecia as bandas por lá, daí comecei a acompanhar, comprei o primeiro CD e continuei acompanhando até hoje — conta.
Em 2015, quando Foo Fighters esteve em Porto Alegre pela primeira vez, Terence sentiu-se parte da energia que Dave Grohl e companhia desprendem em cima do palco, marca registrada das performances do grupo ao vivo. Domingo, o fã acredita que a experiência vai se repetir. Do repertório cheio de sucessos, Terence aguarda ansiosamente pelo maior sucesso do segundo disco da banda, The Colour and the Shape, canção também conhecida por tradicionalmente encerrar as apresentações do Foo Fighters:
— Everlong é a minha preferida.
Assim como Terence, mais de 400 fãs de Caxias comparecerão ao show em Porto Alegre em excursão organizada pela Rupestre Turismo, que levará 10 ônibus ao show neste domingo (Denise Costa, especial para o Pioneiro).
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