Mês de dezembro, os convites para jantares e confraternizações se multiplicam. E como elegância e boa educação nunca saem de moda – mesmo em tempos nos quais a informalidade parece reinar –, o Almanaque foi atrás de dicas de como se comportar nessas festas.
– Etiqueta é a arte das boas maneiras na vida cotidiana. Tem a ver com ser educado, elegante – ensina Regyna de Queiroz Gazzola, autora de livros sobre etiqueta e ministrante de cursos na área.
E uma das regras dessa elegância, seja nos encontros de final de ano ou nos compromissos do dia a dia, é evitar atrasos. Numa festa, o ideal é chegar de 10 minutos antes até o horário marcado. Isso vale, principalmente, para almoços e jantares, em que atrasos podem ocasionar o constrangimento de um prato passar do ponto ideal para ser servido. Em coquetéis, sem pratos quentes, a tolerância é maior, mas também é aconselhável não se exceder mais do que 10 ou 15 minutos.
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Quando se é convidado para a casa de alguém, um cuidado fundamental é desligar o celular enquanto estiver lá, pois é indelicado atender ao telefone, mandar mensagens ou checar o Whatsapp à mesa como se as outras pessoas não estivessem presentes. Se achar necessário, avise aos contatos que estará desconectado por tantas horas. A exceção é para médicos que podem ser chamados para uma emergência ou para quem está com um familiar grave no hospital.
Numa festa ou jantar, acrescenta Regyna, é importante interagir, saber entabular uma conversação, mesmo com pessoas que não conhecemos. Nesse momento, uma regra fundamental para não causar constrangimentos é evitar assuntos potencialmente polêmicos, como política, futebol e religião.
– Comece conversando sobre amenidades, assuntos leves – recomenda.
Ao anfitrião cabe apresentar os convidados e, se for o caso, dar a dica de possíveis assuntos comuns, como um autor que ambos gostam. Ele também precisa ter a habilidade de não deixar ninguém isolado. Uma situação que causa dúvida é a possibilidade de levar um acompanhante. Sobre isso, a regra é jamais levar alguém sem avisar, pois pode acontecer, por exemplo, de ser um jantar com número fixo de lugares à mesa. Por isso, ligue primeiro e pergunte se é possível; quem convidou tem o direito de aceitar ou não esse “convidado do convidado”.
Duas obras de Regina para saber mais:
Etiqueta entre contos e crônicas
A Arte de Conviver
OUTRAS DICAS
Para quem convida
Se for fazer um jantar de prato único, é importante saber antecipadamente se todos os convidados comem aquele prato.
Caso você convidar alguém para uma bacalhoada, por exemplo, e a pessoa avisar que não come peixes, você pode optar por ter um prato alternativo ou, se não for possível, dizer que então o convite fica para uma outra ocasião, com outro cardápio.
Se houver vários pratos, não é preciso avisar antes do cardápio.
Nunca se justifique com frases como “fiz uma comidinha simples, não reparem” – se uma pessoa elegante for na casa de alguém mais simples, ela vai entender.
Evite armadilhas à mesa, tais como frango com osso, peixe com espinhos ou pratos que os convidados não saberão como comer.
Se servir peru, é preciso alguém para cortá-lo para os convidados.
Para os convidados
Não use o celular à mesa.
Não se levante durante o jantar, principalmente se for mais formal.
Parta o pão com as mãos (e não se preocupe com os farelos).
Se não souber como agir, se espelhe na anfitrião (mas o ideal é informar-se antes, no caso de jantares mais formais).
Não boceje (essa vale também para os donos da casa).
Ao ir embora, agradeça e faça um elogio, mas não se demore em despedidas.
Na festa da empresa
Evite roupas extravagantes.
Ocasiões mais formais podem pedir traje alto esporte, passeio ou social, por exemplo (depende do convite, do local e do horário), mas até nas informais é importante evitar peças como minissaias, transparências, calças rasgadas e rasteirinhas.
Evite também calças legging, que são próprias para a academia, mas não para uma festa.
Na hora dos presentes
O amigo secreto tem se tornado um costume nesta época, especialmente em festas com grupos maiores. Se for esse o caso, é adequado determinar um valor aproximado para os presentes, para não haver disparidades e, consequentemente, situações embaraçosas. Ainda quanto a possíveis constrangimentos, lembre-se também de não presentear com roupas íntimas.
Se houver alguém do grupo – um familiar ou amigo mais próximo – que você gostaria de presentear também, com um presente maior, faça isso num momento anterior ou posterior, sem a presença dos outros convivas.
Caso quiser dar algo ao anfitrião, um vinho ou um espumante de boa qualidade são alternativas, bem como bombons finos. Flores também podem ser levadas, mas na forma de arranjo, para que a dona da casa não precise sair à procura de vaso (se quiser dar um buquê, envie com antecedência, acompanhado de um cartão no qual confirma sua presença mais tarde).
Uma gafe a ser evitada é a frase "não sei se você vai gostar", ao entregar o presente. Também não diga "trouxe um vinho, mas não sei escolher muito bem" – se for o caso, peça dicas de boas safras numa casa especializada. Segundo Regyna, o presente não precisa mais ser entregue com cartão, mas, se esse existir, quem recebe deve ler e agradecer as palavras ali escritas.
No quadro ao lado, você confere mais algumas dicas. Na dúvida, use o bom senso e a simpatia. Como diz Regina:
– O Século 21 deixou a etiqueta mais flexível, mas as boas maneiras permanecem.