Se é verdade que os olhos são uma janela para o nosso interior, isso explica seu destaque na exposição fotográfica Retratos da Alma, de Ilka Filippini, que abre hoje na Galeria Municipal de Arte Gerd Bornheim, em Caxias do Sul. Nas 42 fotografias, há forte presença do olhar — e também do sorriso, da cor, da identidade cultural dos personagens anônimos retratados pela fotógrafa em suas viagens ao redor do mundo.
— A ideia é mostrar a diversidade dos seres humanos, mas também que, apesar das diferenças aparentes, somos todos muito parecidos, com as mesmas dores e prazeres, não importa onde estejamos — resume Ilka.
Na sua quarta exposição individual, a fotógrafa revisita a Ásia, já abordada nas mostras anteriores, mas desta vez com o foco na pessoa como retrato de uma cultura. Além de Índia, Nepal, Vietnã, Camboja e Mianmar, há fotos feitas um pouco mais perto, no Peru, em Cuba e mesmo no Brasil (como uma que retrata um jovem durante a Festa do Vinho Novo, em Forqueta).
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As imagens foram selecionadas entre 3,6 mil fotos de pessoas — ou retratos da alma — feitos por Ilka ao longo dos últimos anos, durante peregrinações budistas e outras incursões mundo afora. A escolha das fotos que integrariam a mostra ficou a cargo da curadora Liliane Giordano, cuja tarefa foi traduzir concretamente o conceito que dá nome à exposição:
— O retrato envolve a cena mais particular, de uma pessoa, o meio corpo, mas também o entorno, o contexto, que ajudam a traçar a identidade dessas pessoas e culturas — explica Liliane.
Na mostra, 17 dos retratos — justamente aqueles que focam mais em rostos e expressões — ganharam tamanho maior, 70cm x 1m. Os outros 25, dedicados a retratar também o contexto, estão em formato 50cm x 35cm. Todos foram impressos em canvas e emoldurados, o que, juntamente com as cores fortes das vestimentas e dos cenários, contribui para criar uma impressão de que se está diante de pinturas.
Mais do que o resultado estético (fantástico, aliás), a fotógrafa-artista vê no seu trabalho uma forma de levar ao público a possibilidade de conhecer outras culturas.
— É importante ver outras realidades para desenvolvermos empatia, solidariedade, fraternidade, e para termos parâmetros para avaliar a nossa própria cultura — diz Ilka.
Se depender dos retratos de alma que ela capturou com suas câmeras, esse aumento de empatia está garantido.
Agende-se
O quê: exposição Retratos da Alma, de Ilka Filippini.
Quando: abertura hoje, às 20h; visitação até 8 de dezembro, de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h, e aos sábados, das 10h às 16h.
Onde: na Galeria Municipal de Arte Gerd Bornheim, na Casa da Cultura (Rua Dr. Montaury, 1.333), em Caxias do Sul.
Quanto: entrada franca.