A 10ª edição do Mississippi Delta Blues Festival se encerrou na madrugada deste sábado, mostrando que Caxias do Sul não apenas sedia o maior festival de blues da América Latina, como também hospeda o público mais apaixonado. Só assim para explicar a persistência de mais de três mil pessoas em curtir todos os shows em um dos dias mais chuvosos do ano na cidade.
Com atrações como o guitarrista carioca Big Gilson, que chamou ao palco o coral das Meninas Cantoras de Nova Petrópolis para uma participação muito especial, o sempre empolgante Ale Ravanello Blues Combo, e o carismático guitarrista britânico Ian Siegal encerrando os trabalhos no palco principal, a última noite do MDBF também foi marcada por um show surpresa: a banda caxiense Yangos. O quarteto instrumental, que este ano foi nomeado ao Grammy Latino, tocou duas músicas no chamado Crossroads Time, rito que antecede o último show da noite, e agradou em cheio.
No meio da noite e também ao final das atividades no Mojo Hand Stage, a produção do festival subiu ao palco para promover um abaixo-assinado em prol da permanência da “casinha do blues”, ou Front Porch Stage, na Estação Férrea.
Trata-se de um dos símbolos máximos do MDBF e da cultura blueseira caxiense, mas que convive com a ameaça cada vez mais presente de ser retirada do Largo por se tratar de um imóvel privado em terreno público. O documento pode ser assinado através da plataforma Avaaz.
Ao longo de três noites, o 10º MDBF reuniu mais de 10 mil espectadores, em grande parte turistas que têm no evento um destino obrigatório a cada mês de novembro. A continuidade do festival em Caxias, conforme o idealizador Toyo Bagoso reiterou ao microfone, depende da permanência da “casinha” e de maior apoio do poder público para resolver um imbróglio com a Justiça do Trabalho, que este ano fez o MDBF perder a Lei de Incentivo à Cultura Estadual.
Os próximos capítulos podem ser aguardados com a mesma expectativa que gera o evento que mais cresce em importância no calendário cultural caxiense.