Quando se pisa em Olinda o nome da cidade passa a fazer todo sentido. Os versos da música Tapioca de Olinda, de Moraes Moreira, vem à mente e é impossível parar de cantarolar: "É linda no verão e no inverno é bela". As ladeiras repletas de casarios antigos e a vista do Alto da Sé mostram porquê.
Conta a história que o primeiro donatário da Capitania de Pernambuco, Duarte Coelho, quando viu aquela porção de terra que recebeu da Coroa portuguesa, nos idos de 1535, teria dito: Ó linda situação para se construir uma vila. A expressão acabou dando nome à cidade, considerada irmã do Recife, capital pernambucana.
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São muitas as atrações para se visitar em Olinda, mas, sim, é possível conhecê-la em um dia. No entanto, se você for no carnaval, o melhor é ficar mais tempo, para aproveitar o maracatu, o frevo e os tradicionais bonecos de Olinda, que fazem a festa nas ruas. O roteiro a seguir mostra algumas dicas para aproveitar a cidade em 24 horas.
Basílica e Mosteiro de São Bento: São muitas as igrejas em Olinda – 16, para se exato –, mas a de São Bento é uma que realmente vale a pena conhecer. O que mais chama a atenção na igreja de estilo barroco é o altar, todo folheado a ouro. Ele já foi desmontado para ser exposto no Museu Guggenheim, em Nova York, em 2002. Na Basílica de São Bento, assim como em todas as outras igrejas, sempre haverá algum guia local oferecendo seus serviços. Eles não cobram um valor fixo. O turista dá aquilo que desejar. Se você não quiser pagar, é melhor dispensá-lo logo, para evitar constrangimentos.
Casa de Alceu Valença
Se você está próximo à Basílica e Mosteiro de São Bento, aproveite e siga pela Rua de São Bento. Ande duas quadras e encontrará a casa de Alceu Valença. Tem até plaquinha com o nome dele na fachada! Se tiver sorte, o músico estará em casa.
Museu do Mamulengo – Centro de Documentação Espaço Tiridá
O museu encanta não somente crianças, mas adultos também. São dezenas de mamulengos que já foram uma das principais atrações das festas populares brasileiras. Os fantoches estão separados em salas temáticas e retratam cenas como casamento, velório, festa junina e o Cangaço. O Museus do Mamulengo abre de terça a sábado, das 9h às 17h. O ingresso custa R$ 2. O endereço é Rua de São Bento, 344, próximo ao Mercado da Ribeira.
Ruínas do Senado
Pertinho do Museu do Mamulengo está o que sobrou do Prédio do Senado da Câmara de Olinda, construído no século 12. O pedaço da parede externa mostra a incomum espessura da fachada.
Museu Regional de Olinda
Quem quer conhecer a história de Olinda, precisa visitar o Museu Regional. A casa-museu está em uma antiga residência episcopal, de 1745, e foi fundada em 1935. O acervo reúne mobiliários, pinturas, painéis, louças, pratarias e imagens sacras dos séculos 17 e 18. Entre as peças, um altar que pertenceu à antiga Igreja da Sé de Olinda. Os funcionários são atenciosos e explicam item por item do museu. A visitação ocorre de terça a sexta-feira, das 9h às 12h e das 14h às 18h, e nos sábados e domingos, das 14h às 18h. A entrada custa R$ 2.
Casa dos Bonecos Gigantes de Olinda
Você foi a Olinda fora da época de carnaval e não há nenhum sinal dos famosos bonecos gigantes nas ruas. Não se preocupe. Há um espaço que reúne os bonecos no Alto da Sé. Na Casa dos Bonecos Gigantes de Olinda, personagens conhecidos como Lampião e Maria Bonita, os músicos Luiz Gonzaga e Chico Science e o caboclo de lança (figura folclórica do estado de Pernambuco atrelada às manifestações culturais do carnaval e do maracatu). Você pode arriscar e tentar carregar algum dos bonecos. Os menores, feitos para crianças, são mais fáceis de carregar. A Casa dos Bonecos Gigantes fica na Rua Bispo Coutinho, 780. A entrada custa R$ 10.
Mercado da Ribeira
Foi construído no início do século 17 para venda de carnes, peixes e hortaliças. No centro da área externa, existia um chafariz e um pelourinho, que hoje não há mais. Restaurado no século 20, se tornou um espaço para venda de artesanato, gravuras e pinturas.
Alto da Sé
Sem dúvida, a vista mais linda de Olinda é a do Alto da Sé. Lá de cima se vê o mar e a cidade do Recife. A dica dos moradores é contemplar o pôr do sol, mas a verdade é que o cenário é lindo em qualquer hora do dia. E já que você está no Alto da Sé, não pode deixar de visitar a Igreja da Sé, também conhecida como Igreja de São Salvador do Mundo, fundada em 1534. O templo não é tão suntuoso como os demais de Olinda, mas guarda os restos mortais de D. Hélder Câmara, ex-arcebispo da cidade. Também são paradas obrigatórias o Mercado do Artesanato (para comprar lembrancinhas) e a feira de comida típica, com tapiocas de diversos sabores. A de queijo coalho é uma das mais tradicionais – e mais deliciosas.
Ladeiras e casarios
O mais legal em Olinda é caminhar pelas ladeiras – quem conhece Ouro Preto, em Minhas Gerais, boa notícia: as ladeiras de Olinda são mais amenas – e admirar a arquitetura da cidade. Os casarios antigos, preservados, são puro encanto. Não deixe de observar os telhados das casas. As residências com apenas uma beira eram de pessoas com poucas posses. As com duas beiras eram de pessoas ricas. E as com três eram de autoridades. Daí a expressão "sem eira nem beira".