Para os povos africanos historicamente assolados por regimes opressores, a música sempre foi uma ferramenta de ativismo político. Um dos gêneros mais contestadores surgidos no continente negro e que se espalhou pelo mundo ocidental foi o afrobeat, uma fusão de ritmos tribais, danças transgressoras e improvisação jazzística que teve no nigeriano Fela Kuti (1938-1997) seu criador e o principal expoente. Conforme a queda de barreiras culturais faz crescer o interesse pelas sonoridades africanas de raiz, artistas dedicados a difundir essas tradições – entre elas a etnia iorubá, a qual pertenceu Fela Kuti – se espalham como embaixadores. No Brasil, um dos principais representantes do iorubá e do seu braço musical, o afrobeat, é o nigeriano Ìdòwú Akínrúlí, cujo grupo Africa’n Jazz se apresenta neste domingo no Teatro do Sesc, em Caxias do Sul, dentro do projeto Tum Tum Instrumental.
Após ter feito uma primeira incursão para conhecer o país para além do futebol e do Carnaval, Ìdòwú veio morar no Brasil em 2010. Viveu em Belo Horizonte até 2012, quando se mudou para Porto Alegre, onde milita pela cultura iorubá desde então. Baterista e dançarino, na capital gaúcha formou o grupo ÌBEJÌ e mais tarde o Africa’n Jazz, também chamado de Òséètúrá, que tem no afrobeat de Fela Kuti a principal inspiração. Para chegar à atual formação, com André Brasil (guitarra), Ettore Sanfelice (baixo), Tomás Piccinini (saxofone e flauta transversal) e Andressa Ferreira (percussão), o nigeriano explica que foram necessários cerca de três anos de imersão de todos nos costumes iorubás.
Após ter feito uma primeira incursão para conhecer o país para além do futebol e do Carnaval, Ìdòwú veio morar no Brasil em 2010. Viveu em Belo Horizonte até 2012, quando se mudou para Porto Alegre, onde milita pela cultura iorubá desde então. Baterista e dançarino, na capital gaúcha formou o grupo ÌBEJÌ e mais tarde o Africa’n Jazz, também chamado de Òséètúrá, que tem no afrobeat de Fela Kuti a principal inspiração. Para chegar à atual formação, com André Brasil (guitarra), Ettore Sanfelice (baixo), Tomás Piccinini (saxofone e flauta transversal) e Andressa Ferreira (percussão), o nigeriano explica que foram necessários cerca de três anos de imersão de todos nos costumes iorubás.
Ìdòwú escolheu viver no Brasil numa época de intensa migração de países africanos e caribenhos, em especial Haiti e Senegal. Casado com uma bento-gonçalvense, já visitou Caxias diversas vezes e considera que a cidade está cada vez mais aberta à cultura dos imigrantes negros:
– Em comparação com outras cidades em que os imigrantes ainda são vistos como máquinas, que só servem para produzir e não se oferece a eles nem um ponto de lazer, em Caxias a gente vê que o acolhimento está melhor. Há diversos eventos acontecendo e eles estão tendo a chance de mostrar a cultura deles, pois também há um entendimento melhor sobre a importância da diversidade. A cultura afro sempre foi muito presente no Sul pela parte religiosa, mas a arte ganhou um espaço maior neste momento em que as pessoas estão conhecendo um lado bom da África, contrário ao que sempre foi noticiado.
Para o nigeriano, a educação é a arma para derrubar preconceitos e formar gerações mais tolerantes e interessadas em conhecer o mundo em sua diversidade.
– Grande parte do meu trabalho consiste em dar aulas e oficinas para crianças, que têm a mente mais aberta a conhecer coisas novas. São sementes que têm de ser semeadas para dar uma árvore bonita no futuro – ilustra.
Agende-se
O quê: show com o grupo Africa ‘n Jazz, de Porto Alegre, no projeto Tum Tum Instrumental.
Quando: domingo, às 19h.
Onde: Teatro do Sesc (Rua Moreira César, 2462, Centro).
Quanto: R$10.