Composição que estreou no Palácio de Belas Artes, em 14 novembro de 1936, através de manifestações de artistas e escritores revolucionários, Homenage a Federico Garcia Lorca é uma das obras que integra a apresentação do projeto Quinta Sinfônica que ocorre amanhã, no UCS Teatro, guiada pelo maestro Diego Schuck Biasibetti. A Orquestra Sinfônica da UCS traz a obra como lembrança do compositor, o mexicano Silvestre Revueltas (1899 - 1940), considerado um dos maiores nomes da música nacionalista mexicana.
A peça se divide em três momentos: o Baile, composto por um solitário e áspero trompete, representando o luto; o Duelo, em que o trompete volta novamente e se prolonga em uma melodia central, marcada por uma espécie de marcha fúnebre; e, por fim, o Son, bailado lúdico, no qual a composição revela uma tristeza profunda e nostálgica. O tom fúnebre da obra composta em homenagem ao poeta fala sobre a dor individual e a expressão da profunda e significativa relação dos mexicanos com a morte e seus fins. De acordo com o maestro, a obra é rica em significados:
– Essa peça traz um tom nacionalista misturado com o expressionismo da época em que foi criada, com influências desde a música europeia e até Villa-Lobos, que mostrava muito as peculiaridade da música tradicional nas suas obras.
A segunda composição do repertório é Concierto del Sur para violão e orquestra, do mexicano Manuel Ponce, e se divide, também, em três atos: Allegro Moderato, Andante, e Allegro moderato e festivo. A apresentação conta a participação do solista convidado Francisco Gil, um dos violonistas mexicanos com maior projeção internacional – com apresentações nos Estados Unidos, Europa e América Latina. Para Francisco, o convite é ainda mais especial:
– Não tenho certeza, mas é possível que seja a primeira vez que essa música será tocada no Brasil. E para mim é muito importante poder apresentar uma obra tão rica musicalmente e que encanta a todo tipo de público, com uma linguagem de qualidade e ao mesmo tempo acessível. É a primeira vez que toco como solista de uma orquestra brasileira. Além disso, Caxias foi a primeira cidade onde toquei no Brasil, em 1998. É muito bom voltar depois de tantos anos – diz.
O fechamento do espetáculo se dará com Sinfonia Nº 5 em ré maior, Op. 107 Reforma, de Felix Mendelssohn-Bartholdy (1809 - 1847), e faz homenagem aos 500 anos da Reforma Luterana, além de trazer ligações entre o antigo Barroco, o clássico e o romântico.
– A Sinfonia Nº 5 foi composta para comemorar os 300 anos da Reforma Luterana, em 1817. Ela traz um corpo de coros que lembram a música dos renascentistas, da época de Lutero, meados de 1517. No final da apresentação, a orquestra fará uma menção ao hino Castelo forte é o nosso Deus, composto na Alemanha, em 1529, e que foi um dos grandes símbolos da Reforma. Esse último movimento é simbólico, e se inicia com a referência aos corais alemães, com o qual a comunidade cantava junto durante os concertos – explica o maestro.
Agende-se
O quê: Quinta Sinfônica, com a Osucs
Onde: UCS Teatro, no campus sede da UCS
Quando: nesta quinta, às 20h
Quanto: R$ 10 (inteira) R$ 5 (estudantes e idosos). À venda na Loja UCS Store (Galeria Universitária) e Livraria do Maneco (Centro).