"O cansaço me pegou. Pensei seriamente em não escrever nada hoje e postar apenas os vídeos e fotos deste dia tão fatídico. Mas não me aguentei! Mesmo cansada e sem forças até para digitar estas poucas frases eu preciso contar a vocês.
Hoje foi o dia mais difícil de toda a caminhada. Emilio ia fazer apenas 2 km até a Cruz de Ferro. Uma pessoa no albergue disse para ele que ele não conseguiria ir de Rabanal até a Cruz de Ferro. São 7 km totalmente íngremes, montanha acima.
No café da manhã, ele me confessou que estava com medo e pediu minha opinião. Eu disse para ele não escutar o que as outras pessoas diziam ou pensavam. Disse que ele precisava ao menos tentar. Caso não conseguisse fazer os 7 km, que chamasse um táxi (ele tinha os telefones). Ele não podia desistir sem antes tentar...Ele me olhou sério e disse: 'Era só isso que eu precisava ouvir. Obrigado por acreditar que eu consigo subir os 7km.
Subi na frente e o deixei sozinho para fazer esse percurso. No meu entendimento essa seria uma prova para ele e já estava na hora dele passar por esse desafio (talvez a maior de todos) sozinho.
No topo, esperei ele enquanto tomava um café (sem açúcar, óbvio) e perguntava a todos os peregrinos e ciclistas que apareciam se eles haviam visto o Emilio. Um ciclista me disse que ele tinha optado pelo trajeto mais difícil (mas mais bonito, que orgulho!) e que estava bem, firme e forte.
O desfecho vocês podem ver nos vídeos aqui. A emoção resume tudo, não preciso mais escrever nada a respeito. Ah! não foram 7km. Descobrimos que na verdade foram 9 km de subida para ele.
Eu ainda preciso seguir mais 23 km de subidas e depois descidas com a nossa mochila monstra de 14 kg nas costas. Hoje vai ser puxado!"
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