Não é apenas sobre assustar ou provocar medo. Explorado pela arte, o horror pode encantar, instigar, resgatar reminiscências, transportar a mundos imaginários. Na exposição coletiva intitulada Horror, que inaugurou no último domingo e segue até o fim deste mês no Centro de Cultura Ordovás, o visitante pode travar contato com o lado mais sombrio de um punhado de artistas dedicados a criar a partir de suas inquietações mais profundas, manifestadas por desenhos, fotografias, pinturas ou esculturas.
Entre as obras que podem ser visitadas estão ilustrações de Diogo Carini e Rafael Rodrigues; pinturas de Bruno Eder e Vinícius Mano; esculturas de Guilherme Adamatti e Andrigo Barbosa; fotografias de Heloisa Medeiros e Cíntia Dutra (técnica de light painting); telas em algodão de Julia Webber; desenhos do coletivo porto-alegrense Estúdio Hybrido, entre outras. A curadora Mona Carvalho, diretora da Unidade de Artes Visuais da Secretaria de Cultura, destaca que a seleção dos artistas foi feita sem ter o currículo como um critério. A intenção é promover a integração entre nomes mais conhecidos da cena artística e iniciantes.
– Foi surpreendente a quantidade de inscritos vindo de diversos lugares e com diferentes linguagens. Outro ponto bacana é que a gente não pediu currículo artístico, fizemos a seleção pela criatividade, técnica e senso crítico. O resultado foi uma união de artistas com trajetórias de 20 anos ou mais a outros que estão começando e muitas vezes não tem segurança para submeter o trabalho ao feedback do público, não se acham prontos. Na inauguração, tivemos uma troca muito interessantes entre eles. Quem sabe não sai um coletivo daí? – destaca Mona.
Aficionado por filmes e games de terror e ficção científica, o artista plástico caxiense Guilherme Adamatti participa da exposição com dois monstros em argila: o busto de um personagem do clássico game Diablo e Rancor, da franquia Star Wars. Para Adamatti, parte da graça está em ser o mais realista possível nas criações.
– O horror normalmente brinca com os detalhes, seja na composição dos personagens ou em sua forma estética. Um monstro, por exemplo, quanto mais detalhado, mais verdadeiro parece e mais estimula a imaginação. É algo que tento trabalhar nas minhas obras, procurando torná-las o mais realista possível e assim despertar sensações que confundam nossa percepção da realidade – explica.
Serviço
O que: Exposição coletiva Horror, com trabalhos de Andrigo Barbosa, Bruno Eder, Cíntia Dutra, Diogo Carlet Carini, Estúdio Hybrido (Bricio Dias, Leo Garbin, Pablo Etchepare, Antonio Augusto Bueno, Chilli Dorneles, Kelvin Koubik, Ernani Chaves e Marcelo Monteiro), Guilherme Adamatti, Heloisa Medeiros, Juliana Siqueira, Julia Webber, Rafael Rodrigues, Tatiana Funghetti e Vinícius Mano.
Quando: até dia 30 de junho, das 9h às 22h e das 16h às 22h (finais de semana e feriados)
Onde: Sala de exposições do Centro de Cultura Dr. Henrique Ordovás Filho (Rua Luiz Antunes, 312)
Mais informações: 3218.1316