Sexta-feira eu acordei de greve. E fui pra praça, meio tarde, mas era greve mesmo. Fui tarde, porque demorei num café meio amargado, pensando no desemprego, no meu desemprego, no do meu tio, no desemprego de quatorze milhões. E fui com medo de não ter ninguém por lá, porque Caxias é uma surpresa mesmo. Porque li comentários esdrúxulos sobre o que seria esta greve e sobre quem estaria tramando por trás das massas. Porque as pessoas não sabem mais conversar e perfilam as ideias mais absurdas como se fossem argumentos razoáveis. Mas fui, mesmo com medo, porque, no mínimo, eu acho que esta conta não está certa e não pode ser paga pelo trabalhador.
Opinião
Natalia Borges Polesso: greve geral
"Talvez a greve tenha servido pra isso mesmo, pra pensar o que é humanidade e pra perceber que não estamos sozinhos neste momento triste"
Natalia Borges Polesso
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