Se é verdade que rir é o melhor remédio, o público de Caxias do Sul tem nesta sexta-feira mais uma oportunidade de se imunizar contra o mau humor e tudo que há de ruim nesse mundo. Às 20h, Oscar Filho sobe ao palco do UCS Teatro com Putz Grill..., espetáculo de stand up comedy em cartaz há nove anos e que já foi visto por de mais de 1 milhão de espectadores em mais de 120 cidades do Brasil. Durante 70 minutos, o humorista apresenta textos escritos por ele mesmo nos quais fala sobre a própria vida, fatos do cotidiano e situações vividas enquanto apresentou o extinto programa Custe o que Custar (CQC), na Band. Tudo isso recheado por caras e bocas capazes de arrancar gargalhadas de qualquer plateia.
– Hoje em dia há uma certa dificuldade em fazer humor, porque as pessoas estão muito condoídas com qualquer coisa que você diga. Se você faz uma brincadeira um pouco mais apimentada, sobre alguma coisa um pouco proibida, as pessoas já ficam meio alertas. Tem uma patrulha meio esquisita porque as pessoas não estão relaxadas o suficiente para só rir. É óbvio que a gente está tendo muito tipo de piada racista, misógina. Por ter esse tipo de humor, as pessoas já ficam com um pé atrás e acham que todo tipo de humor é assim e não estão abertas para receber o que vem pela frente – afirma o humorista, em entrevista por telefone ao Pioneiro, direto de São Paulo.
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De qualquer forma, ele acredita mais do que nunca na força do gênero. O artista lembra que, quando começou a fazer humor, em 2005, havia poucos lugares no país especializados em comédia:
– O stand up está muito bem das pernas. Muita gente acreditou que o stand up não iria muito para a frente, que seria só uma moda, e acho que não, porque é um tipo de humor muito fresco.
Assim, aposta que tudo pode virar motivo de piada, desde que a abordagem seja respeitosa:
– Você pode fazer piada até com morte. Talvez seja o assunto mais tabu que a gente tem. Quando a gente começou a fazer stand up aqui em São Paulo, um crítico comparou a gente com um esquimó, porque a gente diferentes tons de branco brancos numa imensidão branca que tem nos polos Norte e Sul. É mais ou menos isso, porque onde tem gente que vê tragédia, a gente vê humor. Você liga no Datena, tem um monte de coisa ruim acontecendo, e a gente consegue fazer piada com o Datena. Ou com a Sônia Abraão.
Sobre sua passagem pelo CQC, Oscar guarda boas lembranças. Acredita que o mérito do programa tenha sido o de levar política ao público, um assunto, segundo ele, difícil, complicado e com muito preconceito.
_ O CQC conseguia ser um bom digestor, porque as pessoas viam com humor e depois queriam saber quem era o Bolsonaro, o Jean Wyllys ou (Eduardo) Cunha... Acho que é uma boa iniciação na política, na política básica – salienta.
Serviço
:: O que: espetáculo Putz Grill..., com Oscar Filho
:: Quando: hoje, às 20h
:: Onde: UCS Teatro, Cidade Universitária, em Caxias do Sul
:: Quanto: R$ 60 (inteira), R$ 45 (ingresso solidário, com doação de 1kg de alimento não perecível) e R$ 30 (estudantes e idosos). Antecipados nas lojas Multisom dos shoppings Prataviera e Iguatemi Caxias. Venda online em www.minhaentrada.com.br