Com longa trajetória nos palcos da região, a musicista caxiense Tita Sachet coloca agora sua experiência no meio artístico a serviço da nova administração municipal. Além de comandar a Unidade de Música, ela está à frente da direção artística da Secretaria da Cultura, “quebrando a cabeça” para encontrar formas de ampliar cada vez mais o contato com a arte na cidade. Ainda que em tempos de crise econômica.
Como artista, o maior anseio da classe que Tita leva para a gestão pública é a necessidade de valorização dos talentos locais. Ela defende que abrindo mais espaços para esses artistas, amplia-se também a oferta cultural e, naturalmente, forma-se mais público.
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– O maior desafio do artista é conseguir viver da própria arte. Então, nosso desfio é valorizar o artista local não só com visibilidade, mas economicamente. Muito se fala em formação de público, mas acredito mais na abertura de espaços para que as pessoas se acostumem com uma vivência cultural. Essa formação passa pela naturalidade com a qual as pessoas consomem cultura – defende ela.
Para que isso vire realidade, a Secretaria da Cultura tem a missão de se aproximar de iniciativas que já existem, procurando garantir sua continuidade. Outra estratégia é tentar mapear boas ideias que estão nos bairros, viabilizando um contato mais direto com a Secretaria Municipal da Educação (Smed) e uma descentralização mais efetiva da cultura.
– Queremos ajudar as estruturas informais a construir seus produtos artísticos. Também pretendemos facilitar o processo de ocupação de espaços públicos – define.
Enquanto os planos ainda estão no papel, a coordenadora artística da Secretaria da Cultura vive um momento de participação em muitas reuniões, reconhecimento de terrenos, troca de ideias, revisões de legislação etc. Nesse primeiro contato com a vida pública, também tem enfrentado algumas polêmicas, como o corte de verbas para o Carnaval de rua. Frente a isso, Tita defende o diálogo como maior aliado:
– No meio artístico, quem não se reinventa fica ultrapassado. Lidar com a resistência é natural, toda troca causa desconforto e desconfiança, mas nossa intenção é fazer com que tudo possa acontecer. O artista recebe muitos “nãos”, nossa ideia é dar muitos “sins” – sugere.
Parceiros dela nessa empreitada, os coordenadores das unidades da Secretaria da Cultura estão quase todos definidos. A Unidade de Teatro e o Coro Municipal são as exceções, mas a dupla deve ser escolhida ainda este mês. Já a Orquestra Municipal de Sopros tem funcionado com a coordenação interina de Luiz Carlos Zeni Júnior (a definição de um nome efetivo está prevista para um “segundo momento”, conforme Tita).
Equipe:
:: Unidade de Música: Tita Sachet
:: Unidade de Dança: Carlinhos Santos
:: Unidade de Artes Visuais: Mona Carvalho
:: Unidade de Cinema e Vídeo: Marcele Monteiro
:: Unidade de Arte e Cultura Popular: Rodrigo de Macedo Ramos
:: Orquestra Municipal de Sopros: maestro interino Luiz Carlos Zeni Júnior
:: Unidade de Teatro: coordenador a definir
:: Coro Municipal: regente a definir