No final de semana, a agenda do meu destino me botou no meio de dois significativos eventos. Ambos completamente diferentes, absolutamente distintos. O que deles me aproximou foi uma conjugação de fatores saudosistas e sentimentais. E a partir de ontem, o lodaçal brasileiro. Desculpem: o nojo escrachado vomitado pelo Congresso.
No sábado, me reuni com minha turma-médica para celebrarmos quase meio-século de diplomação. Parece mentira! Nós mesmos nos dizíamos isso. Presunçosamente, nos sentimos inundados por torrentes de sanguínea e saudável mocidade. O fato é que nós cultivamos amizades sólidas e sinceras. Para sempre. E, a propósito, o Pai da Medicina, o grego Hipócrates, exaltava que a vida é breve, mas a arte longa e duradoura. O que cabe a todos nós, tanto quanto possível é desvendar e saborear os segredos da arte de viver.
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Já o domingo se descortinou alegremente em festa da criançada. Meu neto Tiago recebeu o seu certificado de formatura no "Pré" – o correspondente ao antigo Jardim de Infância. Durante quatro assíduos e proveitosos anos ele aprendeu muitas coisas e desenvolveu suas promissoras aptidões. Entre as quais, a de se iniciar em inglês e ser eleito "o craque de futebol", com direito a troféu.
Entre os dois festejos, estabeleceu-se o contraste de uma descomunal distância. Num dos extremos, o avô e no outro, o netinho. Enquanto os mais velhos retiravam-se do palco, os novatos entraram em cena. E é assim que tem que ser. O lugar é inteiramente deles. A eles devem estar abertas as portas do porvir. E quantos milhares, milhões de formaturas de futuros ocupantes de cargos nacionais serão ainda comemoradas nos dias vindouros!
E isso dá o que pensar. Provavelmente, os maus políticos e um vasto número de empresários traidores da pátria não usufruíram esse tipo de ensino infantil. Sua educação foi malévola. Mas, independente disso, o que será que assimilaram sobre o amor à Pátria? A diabólica prática do "lesa-pátria"? Querem implodir a lava-jato. Querem perpetuar a ladroeira. Proclamaram a auto-anistia na calada da noite, aproveitando-se do trauma coletivo com a Chapeocoense e as atenções comovidamente desviadas.
Claramente, estão intimidando as autoridades judiciárias. A patifaria é uma arrogante afronta. Um escárnio. Logo agora que as garras da Lei mais se aproximam desses canalhas. Então foi esse o pacto montado por Temer em sua conversa mansa e fiada do final de semana? Os falsos malandros fazendo se passar por falsos bonzinhos, numa conspiração subterrânea. O presidente nos deve uma explicação. Não passarão. O povo cansou e vai dar o basta, porque quem sabe a hora não espera acontecer. Eles que não se atrevam. Eu o Tiago queremos um Brasil honesto, com os corruptos atrás das grades.