Um domingo não igual a outro qualquer, mas de eleições. Lisboa amanhecera, como de costume, adoravelmente ensolarada. Principiava o outono e ela ainda conservava resíduos primaveris. Vestia-se festiva, com suas cores e flores. Desde o ajardinado Parque Eduardo VII até as margens do Tejo rescendia um perfume tipicamente lisboeta. A cidade me envolvia poeticamente. De algum recanto, talvez da Alfama, sons musicais reverberavam as lamúrias dos fados. Ao longo do arvoredo da Avenida da Liberdade as últimas cigarras despediam-se dos dias calorentos. Sendo eu um íntimo da cidade, caminhando solitariamente, resolvi tomar uma viela, evitando a efervescência do Rossio. Flanei entre o lirismo do Chiado e o pitoresco Largo dos Ratos. Singularmente, deixava-me embebedar pelos encantos antigos dessa tão bela quão singela metrópole.
Opinião
Francisco Michielin: sempre a sorrir tão formosa
De peito aberto eu me atrevi a aconselhar à vetusta cidadã alfacinha: "Vá votar, minha amiga, a senhora é uma sortuda, faça a sua escolha com alegria e fervor"
Francisco Michielin
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