A cabeça do Kikito tem muitas setas, sorri para muitos sentidos. É o que tem feito o Festival de Gramado na busca de diálogos com outros encontros de cinema do Brasil, da América Latina e do mundo. A mais recente destas conversas é com o conceituado Sundance Festival.
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Uma das mais antigas parcerias é com o Festival de Havana, que tem levado os curtas gaúchos vencedores de Gramado para Cuba. Nesta edição, oito encontros cinematográficos estão por aqui: Brasília, Pernambuco e Florianópolis, no Brasil, além das representações de Havana, Piriápolis, e Punta del Este.
Trevor Groth, diretor de programação do Sundance deve chegar nesta terça-feira ao festival. Já o diretor de aquisições do Sundance Channel Global, Patrick Connolly, está por aqui desde o fim de semana. A parceria incluí a exibição dos longas The Fits e Mammal, que trouxe a atriz australiana Rachel Griffiths à Serra.
– Gostamos de passar filmes de diversas localidades do mundo e existe a possibilidade de olhar para Gramado pensando na programação – diz Connolly.
Enzo Arns, diretor de eventos da Gramadotur, autarquia municipal responsável pelo Festival de Gramado, acredita que a vocação para vitrine de diversas filmografias está consolidada.
– Nesta edição chegamos a um formato equilibrado entre o sagrado e o profano, entre filmes mais populares e outros mais experimentais. Não há dois festivais, há um único, satisfatório para os dois públicos. Essa experiência vamos replicar em 2017. Ainda neste ano vamos ao festival de Toronto para estudar o modelo de negócios em cinema para realizarmos no ano que vem a primeira edição do Gramado Film Market – anuncia Arns.
A novidade para a 45ª edição do festival só fortalece a condição de vanguarda de Gramado para outros festivais de cinema.
– Gramado é a vitrine de muitas coisas do Brasil, mas também articula uma rede, um irmanamento de festivais, sendo muito importante para a América Latina – diz Jorge Jellinek que, ao lado de Fernando Goldasman, articula programações do Festival de Punta Del Este.
Estes intercâmbios se dão na lógica da globalização, mas respeitando as especificidades culturais.
– O que entra nesse contexto são as possibilidades de aproximar conteúdos, ações, debates fundamentais para o cinema – diz um dos curadores do festival, Marcos Santuário.
Organizada esta lógica operativa, cresce a pertinência dos novos desafios e vetores do Kikito.
– Se hoje Gramado já é este grande festival, temos a responsabilidade de fazer uma grande feira de negócios para o cinema. Para tanto, vamos estreitar as relações e buscar, para o ano que vem, um festival europeu que pode ser Berlim, San Sebastian ou Cannes. E essa é uma construção feita com o colegiado de entidades do cinema do Rio Grande do Sul – enfatiza Enzo Arns.