Os seguranças do convento Santa Maria delle Grazie, em Milão, ficaram desconfiados quando Fábio Panone Lopes apareceu no local com um canudo "suspeito" debaixo do braço. Responsáveis por manter a ordem no templo italiano que abriga a célebre pintura A Última Ceia, os guardas não desgrudaram o olhar do grafiteiro caxiense enquanto ele se dirigia à sala onde, em 1497, Leonardo Da Vinci pintou uma de suas obras mais famosas. O mistério só foi desfeito quando, em frente à parede em que o gênio renascentista retratou a refeição derradeira de Jesus e seus apóstolos, Lopes retirou do tubo prints com sua releitura da cena bíblica.
– Foi muito bacana estar na frente de onde o artista pintou o original – conta, orgulhoso por ter sido aplaudido pelos turistas que conferiam o mural.
O curioso episódio é apenas um dos vividos pelo grafiteiro na temporada de dois meses na Europa, da qual ele recém retornou. Ainda em Milão, participou, como convidado, de festivais de arte. Em Roma, realizou ações sociais com refugiados e pintou o acesso ao edifício onde eles moravam.
Arte daqui
Fábio Panone Lopes leva o grafite de Caxias do Sul para a Europa
Artista conta como foi a temporada de dois meses em seis países
Diego Adami
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