Os poemas de Bernardethe Pierina Ghidini Zardo não são apenas para serem lidos: são para serem visitados, habitados até. O convite é para que os leitores entrem neles e passeiem pelos seus cômodos, seus quartos, salas, cozinhas, talvez mesmo pelo sótão ou pelo porão, naqueles em que a reflexão se aprofunda um pouco mais. E, passeando pelos versos, entrem mais fundo em si mesmos.
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– O verdadeiro valor de um poema é quando ele se transforma em habitat, quando acolhe. Aí você volta a ele, recorda dele – afirma a poeta, que no sábado autografa seu segundo livro solo, Poema-Casa (Quatrilho, 208págs., R$ 29,90), em Caxias do Sul.
Leitora e admiradora de Cora Coralina, Gabriela Mistral, Cecília Meireles, Mario Quintana, Jayme Paviani, Rainer Maria Rilke e Hesíodo, ela lembra que se um poema é lido apenas literalmente, ele pode encantar, mas para por aí. Entretanto, quando o leitor se aprofunda nas imagens que ele evoca, nas metáforas que apresenta, é transportado para um outro mundo, repleto de sensações.
– Esse é o sentido do poema, habitá-lo, passar horas ali, se quisermos – diz.
No livro, editado via Financiarte, os leitores vão encontrar uma verdadeira cidade, composta por 76 dessas casas-poemas – algumas menorzinhas, de uma página apenas, outras, "mansões" de quatro ou cinco páginas. Nelas, a veia poética de Berna, como gosta de ser chamada, traduz em lirismo desde coisas simples do cotidiano, como um passeio de ônibus ou o sono de uma criança, até o próprio fazer artístico. Na verdade, os poemas do livro são uma espécie de pequenos contos em versos, que contam, casa um, sua própria história.
Literatura
Bernardethe Zardo lança sábado, em Caxias, o livro "Poema-Casa"
Obra, com apurado olhar poético sobre a vida, é segundo livro da autora
Maristela Scheuer Deves
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