O espetáculo Que Passo, que tem apresentações gratuitas de sexta a domingo, às 20h, no Teatro do Sesc, trabalha com corpos de habilidades específicas. As convenções se dissipam e exigem outros olhares, disposição a novos vocabulários artísticos e coreográficos.
A montagem coreografada e dirigida por Uelinton Canedo tem em cena duas intérpretes com deficiência, Roberta Spader e Andressa Borba. O que está em cena inclui este dado. Mas vai além.
- Trata-se de arte que tem o corpo como expressão. São corpos treinados de formas diferentes, que trabalham com suas memórias, numa dramaturgia que fala de estações, do ano, de trem, além das pessoas que passam por ali, das fases e faces da Lua - descreve Ueliton Canedo, diretor do espetáculo.
Com 31 anos, há cinco nos palcos e em oficinas da área e estudante do curso de Tecnologia em Dança na UCS, Roberta Spader descreve o desafio de estar em cena:
- Percebo outros desafios neste trabalho, que me exige atenção aos climas, à troca de olhares. Estou mais dentro da cena. Já atuei na cadeira, agora uso as muletas. Há também um desafio a outros ritmos e a uma adaptação ao balé com os braços e o tronco. É uma dança que valoriza meu sonho, independentemente do que eu consigo fazer com o corpo - diz.
A entrada é franca, mas pela configuração diferenciada do espaço, os ingressos são limitados. Os ingressos já estão disponíveis para retirada no Sesc (Moreira César, 2,462). A montagem tem recursos do Financiarte.