Em menos de uma década, o funk se projetou em Caxias. Há oito anos, o caxiense MC Di Dog General cantava para 25, 30 pessoas. Hoje, Diogo Kervald, 27 anos, é reconhecido e referência da nova geração que tem nomes como É o Mano da ZL, ou Jorge Junior, 21 anos, Galvão, William Galvão da Silveira, 22, e Dâmila Soares, a MC Daddy Tiro Certo, 22.
O gênero também ganha vulto em festas bombadas. Em menos de um ano, em duas edições, o Baile da Glamurosa atraiu mais de 10 mil pessoas para ver Mr. Catra, MC Guimé, Pocahontas e Bonde do Tigrão, entre outros. Tradução: o baile está quente, o funk está bombando em Caxias e na Serra.
O aquece para esta cena começou há quase uma década e, semana passada, na Clash, provava sua força nas mais de mil pessoas que faziam coro para MC Rodolfinho em Como É Bom ser Vida Loka e Os Moleke é Liso.
- No começo, tocávamos até em festa de 15 anos - lembra Di Dog, que transita pelo proibidão, que prefere chamar de funk realidade, e está à frente da Equipe Trem Bala, com Claudemir Dias, 28, o MC Diamante Negro, e Bruno Kervald, o DJ Bruninho, e Alexandro Santos, o Alex DJ, refletindo sobre como organizar a cena de forma mais produtiva:
- O funk não está inserido de forma plena na cultura da cidade até porque não foi atrás.
Mesmo assim, nas festas, meninas requebram muito, rapazes ensaiam passinhos. A Treme Tudo é bem popular, reúne mais de 500 semanalmente. Os funkeiros de Caxias e região fazem rodízio, circulando pela Clash, Pico, Upside Hall, Cassino Royale, Bulls, Woods, Pepsi Open Formart.
- Cada dia que passa o funk está mais forte e mais infiltrado no cenário musical da classe A, B e C - opina Airton Totti Martins, do Grupo Rox (Bulls, Pepsi Open Format), que organizou os Baila da Glamurosa.
Transitando pelo funk ostentação, João Paulo Maria Sirtoli Grezzana, 25, o MC Jão, que em julho lançou o clipe de Um Dia de Luxo, no qual há participação do vereador Washington Cerqueira, pondera:
- De uns oito anos para cá, o funk evolui de uma forma crescente. Há o lado positivo, mas também o lado negativo disso: ainda não se pode viver dele. Ainda se dá mais espaço para os artistas nacionais, mas também falta pesar de forma coletiva por aqui - acredita ele, que atuou com Di Dog em 2007, com o Bonde dos Imperadores.
Batidão na Serra
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Carlinhos Santos
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