Antes de mais nada, um aviso: Pólvora (168 páginas, R$ 29,90), o terceiro livro do roqueiro Tico Santa Cruz, lançado ano passado pela editora caxiense Belas-Letras, poderia ser descrito como "para maiores de 18 anos". Isso porque a novela policial, publicada inicialmente em capítulos curtos no blog do artista, é permeada por muito sexo, sangue, drogas e violência.
Embora seja para quem tem estômago forte, o livro é bem escrito e prende desde o início, quando um homem cansado de sua vidinha monótona resolve cair na estrada com a nova namorada, Lore - e, para conseguir dinheiro, ela sugere um assalto não muito planejado. A expressão "não planejado", aliás, pode ser usada para descrever praticamente toda a viagem/aventura/loucura que se desenrola a partir de então. Eles saem sem destino certo, e aos poucos os escrúpulos iniciais do protagonista também vão ficando para trás.
No meio do caminho, entra em cena uma nova personagem, Milene, uma garota aparentemente meiga mas que logo se revela tão inconsequente quanto Lore. Em determinado ponto, quando chegam na pousada de um antigo conhecido, as coisas até parecem se acalmar, mas a paz não dura muito. Mais sangue, mais adrenalina, e uma nova fuga alucinada.
No correr das páginas, o choque do leitor vai se acumulando, bem como a sua curiosidade. A tensão vai num crescendo, e os capítulos finais lembram cenas de um bom filme policial.
Dica de livro
Maristela Deves: a "Pólvora" de Tico Santa Cruz
Novela policial de roqueiro foi lançada ano passado pela Belas-Letras
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