O bigodudo Theodore, interpretado com afinco por Joaquin Phoenix no longa Ela, trabalha escrevendo cartas de amor para outras pessoas. A profissão do personagem existe, ainda que num futuro próximo de prédios altíssimos e individualismo iminente, porque as pessoas seguem precisando dizer umas às outras o que sentem, mesmo que talvez não tenham mais a sensibilidade necessária para escrever as palavras com o próprio punho ou coração. De certa forma, o trabalho do protagonista é parecido com o que o diretor Spike Jonze executa no longa: encaixa o amor em estado primário (os sentimentos não evoluem como as tecnologias) num contexto onde todo o resto já não é mais como conhecemos.
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No filme, Theodore tenta se recuperar de um divórcio traumático e acaba se apaixonando por um sistema operacional de computador (que conversa com ele por meio da bela voz de Scarlett Johansson). O longa narra o nascimento desse amor em situações belíssimas de descoberta. Pelo que Jonze nos mostra, no futuro ainda vamos querer nos sentir em completa conexão com alguém (que nem precisa ser de carne e osso). A tecnologia nos abrirá oportunidades, mas não nos livrará dos labirintos do coração. Ainda bem.
Em 2014, Ela recebeu o Oscar e o Globo de Ouro de melhor roteiro. O filme vai ao ar na televisão neste sábado, às 17h10min, no canal pago Max.
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Filme de Spike Jonze será exibido neste sábado, no canal Max
Siliane Vieira
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