A Lua cheia, a vitrine da lancheria, um homem pendurando as roupas, as sombras, as esquinas e os vira-latas que andam soltos.
Cenas aparentemente banais ganham a percepção do jornalista Dinarte Albuquerque Filho, que observa o cotidiano já pensando em poesia. O livro Leituras na Madrugada, que será lançado nesta terça-feira à noite, no Curinga, em Caxias do Sul, surgiu de uma compilação de textos que publica no blog homônimo desde 2011.
- Não há nada de novo, confesso, descartei muita coisa. Mas eles ainda me parecem atuais, porque a poesia permite isso - explica.
A madrugada do texto nem se refere ao momento da escrita, faz alusão à publicação no site, quando ele digitaliza os textos escritos à mão, em guardanapos.
- É um momento simbólico e referencial, porque alguns estão dormindo, outros acordando - afirma.
O próprio autor não costuma ler poesias durante a noite - no momento, prefere romances policiais de Rex Stout, como As Aranhas Douradas -, para "curtir antes de dormir". Poesia é tarefa para o dia, e Dinarte anda debruçado nos haicais de Jack Kerouac. E sabe que as inspirações da literatura e do dia a dia não são inéditas. Para ele, "todo mundo já escreveu sobre tudo", e a matéria-prima aparentemente se esgota:
- Tento ser original e me posicionar em relação a uma série de assuntos. Quando começa, as palavras fluem de forma extraordinária.
Literatura
Dinarte Albuquerque Filho lança 'Leituras da Madrugada' nesta terça-feira, em Caxias do Sul
O livro é uma compilação de textos publicados no blog do autor, desde 2011
Tríssia Ordovás Sartori
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