Além do blues, Bryan Lee também é mestre em lições de vida. Após perder a visão aos oito anos, Lee descobriu que a música lhe traria as emoções que lhe faltavam. Conhecido como "braille blues daddy", em português "pai do Blues em braille", vai mostrar o som da sua guitarra nesta terça, no Mississippi, onde toca pela primeira vez.
Natural de Wisconsin, nos Estados Unidos, Lee começou a se interessar por música após passar madrugadas com o rádio ligado, na década de 1950, quando ouvia os sons de Elmore James, Albert King, Albert Collins, T-Bone Walker e muitos outros bluesmen influentes. Aos 13 anos ganhou os ingressos para um show e ao ouvir o som da guitarra ao vivo não teve dúvidas que ele também seria capaz de tocar. Depois disso, não demorou muito para Lee montar a sua banda de rock The Glaciers e abrir o show de Bill Haley & The Comets, no final dos anos 1950.
Nos anos 1960, o interesse musical de Lee voltou-se para o som de Chicago Blues e foi fortemente influenciado pelo Chicago bluesmen Muddy Waters, Howlin' Wolf, Hubert Sumlin e Freddie King, que mais tarde viraram seus grandes amigos. Anos mais tarde, o cantor se apaixonou por Nova Orleans, e fez dela sua casa nos anos 1980. Foi nesse berço do blues que o músico tocou durante 15 anos, cinco dias por semana. Isso foi fundamental para consolidar a sua carreira. Aos 71 anos, Lee tem 13 CDs e um DVD gravados nas duas últimas décadas.
Embora a guitarra de Lee receba algumas batidas dos blues de Chicago estilo Luther Allison, Albert King e Albert Collins, o som produzido por ele é muito pessoal.
_ Eu aprendi com grandes músicos, mas tenho de ter o meu próprio blues, tocado do meu jeito _ afirma Lee.
Bryan Lee busca constantemente homenagear a forma clássica do estilo ao incorporar seu toque pessoal.
_ Eu não vejo o rosto das pessoas, mas eu sinto os seus corações _ expõe Lee.
Bryan chegou no Brasil na última quinta-feira e irá tocar em quatro cidades. Depois de dois shows em São Paulo, ele tocará Caxias acompanhado de Flávio Naves (teclado), Jayson Mross (bateria), Rodrigo Campagnolo (guitarra) e Sergio Selbach (baixo). Lee deverá fazer um mix de seus principais sucessos. Ao ser questionado sobre as canções que o público vai ouvir, a resposta foi imediata:
_ O que eu quero é fazer as pessoas felizes, tocar as músicas que emocionam o público.
Ingressos custam R$ 40.