Psicólogos e psiquiatras, por favor, assistam ao filme Pelos Olhos de Maisie (estreia da semana na Sala de Ulysses Geremia) e tentem descobrir o que se passa com essa gente que não consegue criar uma menina de sete anos. O filme atesta que criar, de fato, é um talento que nem todo mundo tem. Amar uma garotinha querida e dócil como Maisie é fácil, mas não é só de afeto que ela precisa. Ninguém é capaz de traçar um caminho para que ela siga, ou seja, a guria se encontra num constante entra e sai de carros e quartos diferentes, e numa constante espera por alguém que a busque, que a pegue pela mão, que a conduza.
A trama baseada na obra de Henry James (1843-1916) acompanha os passos incertos de uma menina (atuação impecável de Onata Aprile) depois que seus pais, a cantora de rock Susanna (Julianne Moore) e o vendedor de obras de arte Beale (Steve Coogan), se divorciam. A dupla é completamente desiquilibrada, mas Maisie sente amor incondicional por eles. Ao mesmo tempo, ela se vê muito próxima da babá (Joanna Vanderham) e do garçom (Alexander Skarsgård), que se tornam sua madrasta e padrasto.
Ao contrário dos adultos ao seu redor, Maisie tem uma maneira bem sutil de demonstrar sentimentos. É uma criança contida e, por isso, a cena em que uma lágrima cai lentamente de seu rosto é uma das mais dramáticas.
Pelos Olhos de Maisie fica em cartaz até 18 de maio, com sessões às 19h30min (quintas e sextas) e 20h (sábados e domingos). Ingressos a R$ 8 e R$ 4 (idosos e estudantes). A sala fica no Centro de Cultura Ordovás.
Cinema
'Pelos Olhos de Maisie' fica em cartaz até domingo, em Caxias
Filme dirigido por Scott McGehee e David Siegel tem sessões na Sala de Cinema Ulysses Geremia
Siliane Vieira
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