A jornada de trabalho da operadora de sistemas Odete Valentini, 61, começou mais animada na tarde desta sexta-feira. Antes de entrar no seu ponto, passou na Praça Dante Alighieri alegando:
- Vou poder aproveitar só um pouquinho, depois tenho que trabalhar.
Odete ficou os 15 minutos que tinha de folga antes do trabalho assistindo o show da banda Ropert, do Chile, que se apresentava na Praça, pelo Festival Brasileiro de Música de Rua, que segue até o domingo.
Em infográfico, confira a programação completa
A cobradora de ônibus, que fez teatro durante 10 anos, alega que adora tudo o que tem a ver com cultura. Ela também é favorável a levar a música para a rua e para as regiões centrais da cidade.
- Aqui é o lugar certinho, porque todo mundo passa aqui. Só não para quem não gosta de música - opina.
E muitas pessoas de fato ali pararam durante a tarde. Cerca de 200 curiosos assistiram ao show da banda chilena. As cadeiras dispostas em frente ao palco montado em frente ao chafariz mantiveram-se o tempo todo cheias, mesmo nos momentos de intervalo e na passagem de som entre uma banda e outra.
A diarista Catarina Roos, 43, foi à praça com a filha Karine, 9. Ela disse que foi ao centro para outros afazeres e acabou parando na Dante, onde já estava por quase duas horas. Para ela, os intervalos entre uma banda e outra não são problema.
- Gosto de sentar e ver eles arrumando os instrumentos, num show a gente só vê as coisas já prontas. É muito legal, é um incentivo tanto para eles quanto para nós - relata.
O aposentado Ernesto Martins, 58, também estava apenas passando e acabou parando na praça. Para ele, a iniciativa devia ocorrer mais vezes.
- Devia ser permanente - aponta.
A diretora de Economia da Cultura do Governo do Estado, Denise Viana, também visitou a praça na tarde desta sexta. Para ela, a expansão do festival, com a iniciativa de levar músicos da cidade para outros municípios e trazer pessoas de outros Estados e até países para tocar aqui, é o caminho certo. Ela explica que o Rio Grande do Sul sempre teve como característica o fato de ser bastante fechado culturalmente, e que essa abertura é o que ajuda a promover a cultura local para o Brasil e o mundo.
- Estamos muito entusiasmados com o festival. Estou muito satisfeita de estar participando até pelo fato de não ser só da cidade. Nós temos feitos essa expansão cada vez mais nos projetos que apoiamos, de forma que a cultura seja sempre uma via de mão dupla - salienta.
O Festival Brasileiro de Música de Rua foi contemplado pelo Fundo de Apoio à Cultura do Rio Grande do Sul (FAC). Também há apoio financeiro do Sesc e recursos captados através da Lei Municipal de Incentivo à Cultura.
Música da Rua
Festival movimentou a Praça Dante Alighieri na tarde desta sexta
Programação segue até domingo
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